Bula do profissional da saúde - STILAMIN MERCK S/A
Pó liofilizado para solução injetável.
Caixa com 1 ampola com 3 mg.
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
USO EXCLUSIVAMENTE INTRAVENOSO POR INFUSÃO CONTÍNUA
Cada ampola contém:
somatostatina (sob forma de acetato) – 3 mg
Excipiente: manitol
Tratamento da hemorragia aguda severa do trato gastrointestinal alto, resultante de úlcera gástrica e/ou duodenal, erosão gástrica, gastrite hemorrágica ou varizes esofágicas.
Em casos de hemorragia severa devida a varizes esofágicas, Stilamin® não se constitui em alternativa à sonda de Sengstaken-Blakemore.
Fístulas pancreáticas e intestinais: O tratamento é adjuvante ao tratamento convencional.
Tratamento profilático de complicações pós-operatórias consequentes à intervenção cirúrgica sobre o pâncreas.
Observação: Não está indicado em casos de hemorragias de artérias de médio e grande calibre, quando se faz necessária a cirurgia.
2. resultados de eficáciaos estudos de toxicidade aguda e subcrônica em diversas espécies animais (roedores e não-roedores) não forneceram evidência de efeitos tóxicos específicos.
2. resultados de eficáciaos estudos de toxicidade aguda e subcrônica em diversas espécies animais (roedores e não-roedores) não forneceram evidência de efeitos tóxicos específicos.A somatostatina não foi testada para efeitos mutagênicos. Como uma substância que é inerente ao organismo, a somatostatina utilizada em doses terapêuticas não é suspeita à mutagenicidade. Não estão disponíveis estudos em longo prazo do potencial tumorigênico em animais.
A somatostatina é capaz de atravessar a placenta. A toxicidade reprodutiva da somatostatina não foi suficientemente investigada, mas sabe-se que não ocorreram eventos adversos em camundongos. Entretanto, efeitos em algum nível não podem ser excluídos em teste de embriotoxicidade específica em ratos embora o dano visualizado fosse inespecífico.
DADOS CLÍNICOS
Hemorragia aguda severa do trato gastrointestinal superior
Em uma meta-análise publicada nos Anais de Medicina Interna de 1997, 14 estudos clínicos randomizados foram incluídos comparando somatostatina ou octreotida a um antagonista H2 (7 estudos com cimetidina e 5 estudos com ranitidina) ou ao placebo (7 estudos placebo-controlados). Oito (8) desses estudos eram duplo-cego. Os pacientes incluídos eram portadores de hemorragia superior aguda não-variceal com confirmação da fonte do sangramento por endoscopia. Quando todos os 1.829 pacientes referentes aos 14 estudos clínicos randomizados foram considerados, a somatostatina reduziu o risco de sangramento contínuo ou ressangramento para 0,53, uma redução de 47% do risco. Em relação aos 12 estudos que mediam o sangramento contínuo isolado, a eficácia da somatostatina fez com que o risco reduzisse em 56%. Em 13 estudos que mediram a necessidade de cirurgia, a somatostatina reduziu o risco para 0,71, redução esta de 29% do risco.
(IMPERIALE, T. F., BIRGISSON, S. Somatostatin or octreotide compared with H2 antagonists and placebo in the management of acute nonvariceal upper gastrointestinal hemorrhage: a meta-analysis. Annals of Internal Medicine, v. 127, n. 12, p. 1062–1071, 1997.)
Uma meta-análise incluiu 28 estudos clínicos sobre o uso de somatostatina (12 estudos), octreotida (10 estudos) e mesilato de gabexato (6 estudos) após condução de colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (ERCP). As medições das evoluções avaliadas foram a incidência de pancreatite aguda, hiperamilasemia e dor pancreática. Quando todos os estudos foram analisados, somatostatina e mesilato de gabexato foram associados significativamente com melhoras nessas três evoluções. As odds ratio (OR) para mesilato de gabexato foram 0,27 com p = 0,001 para pancreatite aguda, 0,66 com p = 0,007 para hiperamilasemia e 0,33 com p = 0,0005 para dor pós-procedimento. Somatostatina reduziu OR para pancreatite aguda para 0,38 com p < 0,001, OR para dor para 0,24, com p < 0,001 e OR para hiperamilasemia para 0,65 com p = 0,008. Octreotida foi associada apenas com uma redução do risco de hiperamilasemia pós ERCP, com OR 0,51 e p = 0,007, mas não teve nenhum efeito sobre pancreatite aguda nem dor. A lesão pancreática depois de ERCP pode ser prevenida com a administração de somatostatina ou mesilato de gabexato, mas somatostatina é mais efetiva em termos de custo-benefício.
(ANDRIULLI, A. et al. Pharmacologic treatment can prevent pancreatic injury after ERCP: a meta-analysis. Gastrointestinal Endoscopy, Rome, v. 51, n. 1, p. 1–7, 2000.)
Um estudo prospectivo randomizado controlado incluindo 51 pacientes com fístulas gastrintestinais ou pancreáticas aferiu, avaliou e comparou o potencial benefício clínico e economicidade de farmacoterapia (somatostatina (SS) vs. octreotida (OC) em relação à terapia convencional). A porcentagem de fechamento de fístula foi de 84% no grupo SS, 65% no grupo OC e 27% no grupo controle (p = 0,007). A porcentagem total de mortalidade foi menor do que 5%. Em geral, a terapia farmacológica (SS e OC) foi mais custo efetiva do que a terapia convencional e a somatostatina foi mais efetiva em termos de custo-benefício do que a octreotida. A média de permanência hospitalar foi: 21,6 dias para SS, 27,0 dias para OC e 31,5 dias para o grupo controle. Esses dados sugerem que a farmacoterapia reduz o custo envolvido no tratamento de fístula (reduzindo a internação) e também promove uma porcentagem aumentada de fechamento espontâneo.
(LEANDROS E. et al. Somatostatin versus octreotide in the treatment of patients with gastrointestinal and pancreatic fistulas. Can J Gastroenterol, v. 18, n. 5, p. 303–306, 2004.)
Foi conduzida uma meta-análise de estudos clínicos em que somatostatina (SS), octreotida (OC) e mesilato de gabexato (FOY) foram usados para tratar pacientes com pancreatite aguda (PA). Foram avaliados cinco endpoints : mortalidade precoce e global, pacientes com complicações, porcentagem de complicação e pacientes que necessitaram de cirurgia. Em PA leve, nenhum agente demonstrou ter valor. Em PA grave, tanto SS quanto OC foram benéficas na melhora de mortalidade geral com OR 0,36 e p = 0,001 para SS e 0,57 e p = 0,006 para OC, respectivamente. Agentes antissecretórios, como SS e OC, são capazes de reduzir a mortalidade sem afetar as complicações, enquanto que antiproteases, como FOY, não têm efeito sobre a mortalidade, mas reduzem as complicações.
(ANDRIULLI, A. et al. Meta-analysis of somatostatin, octreotide and gabexate mesilate in the therapy of acute pancreatitis. Aliment Pharmacol Ther, 12, p.237–245, 1998.)
3. características farmacológicas
A somatostatina é um tetradecapeptídeo cíclico obtido por síntese. Suas estrutura e ação são idênticas às da somatostatina natural.
Em humanos, a somatostatina é encontrada principalmente no trato gastrointestinal, hipotálamo e nas terminações nervosas. A somatostatina inibe a secreção de gastrina, ácido gástrico e pepsina, diminui as secreções endócrinas e exócrinas do pâncreas e reduz a secreção de hormônio do crescimento.
A ação favorável da somatostatina no tratamento da cetoacidose diabética é atribuída à sua atividade inibitória sobre a secreção do glucagon. Além disso, a somatostatina é capaz de reduzir significativamente o fluxo sanguíneo esplâncnico sem determinar alterações notáveis na pressão arterial sistêmica.
No sistema nervoso central, a somatostatina está envolvida no mecanismo de dor.
Em indivíduos saudáveis, os níveis de somatostatina endógenos no plasma periféricos são muito baixos, na ordem de 175 pg/ml.
Com administração intravenosa, os níveis plasmáticos dependem da velocidade da infusão. Para uma dose de 250 mcg/h, o nível máximo é atingido em 15 minutos. Os níveis plasmáticos normais são normalmente entre 300 e 3000 pg/ml.
A somatostatina administrada por via endovenosa possui meia-vida plasmática muito curta. Em indivíduos saudáveis (medida por radioimunoensaio), ela é de 1,1 a 3,0 minutos.
A meia-vida plasmática em pacientes com distúrbios hepáticos é prolongada para 1,2–4,8 minutos e, em pacientes com insuficiência renal, para 2,6–4,9 minutos.
4. contraindicações
Stilamin® é contraindicado em:
– Pacientes com hipersensibilidade a somatostatina ou a qualquer outro componente da fórmula
– Gravidez
– Puerpério
– Lactação
5. advertências e precauções
5. advertências e precauçõesDevido ao seu efeito inibidor na secreção de insulina e glucagon, Stilamin® deve ser administrado com cautela em pacientes hemorrágicos insulino-dependentes. Nestes pacientes pode ser observado hipoglicemia que pode ser precedida, após 2–3 horas, de hiperglicemia. É, portanto, aconselhável verificar regularmente a glicemia (a cada 3–4 horas) tentando evitar um fornecimento adicional de açúcar devido ao aumento temporário da dose de insulina.
Nos casos de fístulas pancreáticas ou intestinais devidas a problemas inflamatórios ou neoplásicos, é necessário tratar primeiramente tais casos.
Nos estudos de reprodução em animais, não demonstrou risco fetal, no entanto, não foram realizados estudos controlados em mulheres grávidas.
Entretanto, Stilamin® é contraindicado no período de gravidez, durante a lactação ou no período pré-natal, em razão de seus efeitos inibitórios na secreção de hormônio do crescimento.
Até o momento, não existem dados sobre efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas.
Não estão disponíveis estudos clínicos a respeito da administração de Stilamin® a crianças e adolescentes abaixo de 16 anos de idade.
6. interações medicamentosas
6. interações medicamentosasA somatostatina prolonga o efeito hipnótico do hexobarbital e potencializa a ação do pentetrazol. Sendo assim, Stilamin® não deve ser administrado concomitantemente com essas substâncias, somente após encerrado o efeito das mesmas.
Estudos publicados com somatostatina demonstraram que o uso concomitante desta substância com a morfina reduz o efeito analgésico da morfina.
Com exceção de uma solução de glicose a 5%, Stilamin® não deve ser misturado com outras soluções contendo açúcar.
7. cuidados de armazenamento do medicamento
Conservar em temperatura abaixo de 25°C, proteger da luz e da umidade excessiva.
Nesta condição, Stilamin® é estável por 36 meses.
A ampola contém pó liofilizado branco.
Após a reconstituição em solução fisiológica ou em solução de glicose a 5%, a estabilidade é de 24 horas até a temperatura de 25°C. Por razões microbiológicas, recomenda-se sua utilização imediatamente após a reconstituição e a diluição, respectivamente. A solução reconstituída deve apresentar-se límpida e praticamente livre de partículas visíveis.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Depois de aberto, este medicamento deve ser utilizado imediatamente.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
8. posologia e modo de usar
8. posologia e modo de usarTratamento da hemorragia aguda severa do trato gastrointestinal alto: salvo orientação em contrário, Stilamin® deverá ser administrado em solução salina estéril e apirogênica por infusão intravenosa contínua na dose de 3,5 mcg /kg/hora (em média 250 mcg /hora).
Uma vez cessada a hemorragia, o tratamento deverá ser continuado por 48–72 horas, com o objetivo de se evitar o ressangramento. O tratamento completo não deverá exceder 120 horas; na verdade, a utilidade de um período de infusão mais longo não foi ainda estabelecida.
Tratamento profilático de complicações pós-operatórias consequentes à cirurgia pancreática: Stilamin® deverá ser administrado desde o início da intervenção cirúrgica (250 mcg /hora) e o tratamento deverá ser mantido por 5 dias.
O conteúdo da ampola com substância ativa deve ser reconstituído imediatamente antes do uso, com solução fisiológica salina ou com uma solução de glicose a 5%. A diluição é ajustada para que seja garantida a taxa de infusão de 250^g de somatostatina/hora. A utilização de uma seringa de perfusão é recomendada.
9. reações adversas
9. reações adversasA administração de somatostatina pode causar transitoriamente náusea, tontura e rubor na face. Estas reações aparecem quando o fármaco é injetado por via intravenosa muito rápida e não durante infusão contínua.
As reações adversas são apresentadas por classes de sistemas de órgãos e frequência. As frequências são definidas como:
Muito comuns (> 1/10)
Comuns (> 1/100 e < 1/10)
Incomuns (> 1/1.000 e < 1/100)
Raras (> 1/10.000 e < 1/1.000)
Muito raras (< 1/10.000)
Frequência não conhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis)
Frequência desconhecida: rubor, bradicardia.
Frequência desconhecida: reação alérgica (por exemplo, erupção cutânea, prurido), reação anafilactoide, choque anafilático (por exemplo, dispneia, diminuição da pressão arterial).
Frequência desconhecida: reação hipoglicêmica, hipoglicemia, açúcar no sangue diminuído, açúcar no sangue aumentado, hiperglicemia.
– Arritmias foram raramente relatadas durante a infusão;
– Hipersecreção de rebote de hormônio de crescimento ocorreu após a interrupção da infusão;
– Náusea, vômitos, diarreia e cólicas abdominais foram relatadas durante o uso. Em um estudo controlado, náusea, vômito ou ambos foram relatados em 25% dos pacientes em tratamento de varizes com infusão de somatostatina;
– Leucocitose foi relatada em pacientes com artrite psoriática em tratamento com somatostatina.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
10. superdose
10. superdoseNão existem dados nem referências ou citações clínicas referentes à superdose. No caso de qualquer suspeita de superdose deve ser efetuada monitoração pela equipe médica que atende o paciente que está recebendo infusão contínua.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
M.S. 1.0089.0382
Farmacêutico Responsável: Alexandre Canellas de Souza CRF-RJ n° 23277
AlfaSigma S.p.A.
Alanno – Itália
Ares Trading Uruguay S.A.
Montevidéu – Uruguai
Importado por:
CNPJ 33.069.212/0001–84
Estrada dos Bandeirantes, 1099
Rio de Janeiro – RJ CEP 22710–571
SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE 0800 727–7293
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA.
USO RESTRITO A HOSPITAIS.
PAPEL
STILAMIN® – Histórico de Alteração da Bula
Dados da submissão eletrônica | Dados da petição/notificação que altera bula | Dados das alterações de bula | |||||||
Data do expediente | N° do expediente | Assunto | Data do expediente | N° do expediente | Assunto | Data de aprovação | Itens de bula | Versões (VP/VPS) | Apresentações relacionadas |
13/01/2022 | 10451 – MEDICAMENTO NOVO – Notificação de Alteração de Texto de Bula – publicação no Bulário RDC 60/12 | 13/01/2022 | 10451 -MEDICAMENTO NOVO -Notificação de Alteração de Texto de Bula -publicação no Bulário RDC 60/12 | Não se aplica | VP: Quais os males que este medicamento pode me causar? VPS: Reações adversas | VP/VPS | Pó liófilo para sol.inj. 3 mg | ||
04/05/2021 | 1716335/21–8 | 10451 – MEDICAMENTO NOVO – Notificação de Alteração de Texto de Bula – publicação no Bulário RDC 60/12 | 09/01/2020 | 0088545/20–2 | 11041 RDC 73/2016 – NOVO -Inclusão de local de fabricação de medicamento estéril | Resolução RE 1.468, de 08/04/2021 (DOU 12/04/2021) | VP/VPS: Dizeres legais VP: Onde, como e por quanto tempo posso guardar este medicamento? VPS: Cuidados de armazenamento do medicamento | VP/VPS | Pó liófilo para sol.inj. 3 mg |
24/02/2021 | 0738651/21–6 | 10451 – MEDICAMENTO NOVO – Notificação de Alteração de Texto de Bula – RDC 60/12 | 24/02/2021 | 0738651/21–6 | 10451 -MEDICAMENTO NOVO -Notificação de Alteração de Texto de Bula – RDC 60/12 | Não se aplica | VPS : Reações adversas (alerta VigiMed) | VPS | Pó liófilo para sol.inj. 3 mg |
25/03/2020 | 0898482/20–4 | 10451 – MEDICAMENTO NOVO – Notificação de Alteração de Texto de Bula – RDC 60/12 | 14/01/2020 | 0124257/20–1 | 1444 -MEDICAMENTO NOVO -Cancelamento de Registro da Apresentação do Medicamento | Resolução RE 527, de 20/02/2020 (DOU 26/02/2020) | VP/VPS: Exclusão da bula individual da apresentação contendo diluente. | VP/VPS | Pó liófilo para sol.inj. 3 mg |
26/06/2019 | 0563133/19–5 | 10451 – MEDICAMENTO NOVO – Notificação de Alteração de Texto de Bula – RDC 60/12 | 23/10/2017 | 2136817/17–1 | 11092 RDC 73/2016 – NOVO -Inclusão de nova apresentação | Resolução-RE 97, de 11/01/2018 (DOU 15/01/2018) | VP/VPS: Apresentações / Composição VPS: Reações adversas | VP/VPS | Pó liófilo para sol.inj. 3 mg |