Bula do profissional da saúde - PEN-VE-ORAL EUROFARMA LABORATÓRIOS S.A.
Composição:
Cada comprimido contém: fenoximetilpenicilina potássica............................................................................... 500.000 UI
Excipientes q.s.p.................................................................................................. 1 comprimido
Excipientes: carboximetilcelulose sódica, estearato de magnésio, lactose e ácido esteárico.
Cada 5 mL de solução oral reconstituída contém:
Excipientes q.s.p.............................................................................................................. 5 mL
Excipientes: propionato de sódio, benzoato de sódio, edetato de sódio, sacarina sódica, corante amarelo, corante vermelho, citrato de sódio, ácido cítrico, essência de mentol, essência de baunilha, sacarose, dióxido de silício e essência de creme de frutas.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. indicações
PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica) está indicado no tratamento de infecções leves a moderadas causadas por microrganismos sensíveis. A terapia deverá ser orientada por estudos bacteriológicos (incluindo antibiogramas) e pela resposta clínica.
NOTA: Pneumonia grave, empiema, bacteremia, pericardite, meningite e artrite não devem ser tratadas com PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica) durante o estágio agudo. As seguintes infecções usualmente irão responder a doses adequadas de PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica):
Infecções estreptocócicas leves a moderadas do trato respiratório superior, escarlatina e erisipela; Infecções pneumocócicas: infecções leves a moderadas do trato respiratório; Infecções estafilocócicas: infecções leves localizadas na pele e tecidos moles causadas por cepas sensíveis.NOTA: Relatos indicando um número crescente de cepas de estafilococos resistentes à fenoximetilpenicilina potássica, enfatizam a necessidade de realização de cultura e antibiograma, norteando o tratamento destas infecções;
fusoespiroquetose (gengivite e faringite de Vincent): infecções leves a moderadas da orofaringe. NOTA: infecções envolvendo a gengiva requerem tratamento dentário adequado; profilaxia da endocardite bacteriana em pacientes, com lesões cardíacas congênitas ou adquiridas, incluindo a doença reumática, que irão submeter-se à cirurgia dentária, ou a procedimentos cirúrgicos no trato respiratório superior;NOTA: Pacientes recebendo tratamento contínuo com penicilina oral, para prevenção secundária da febre reumática, podem alojar estreptococos alfahemolíticos relativamente resistentes à penicilina. Portanto, deve-se considerar a utilização de outros antimicrobianos como profiláticos, nestes procedimentos, que seriam prescritos em adição ao regime contínuo de profilaxia da febre reumática.
2. resultados de eficácia
Tratamento de infecções por microrganismos sensíveis
Fyllingen e cols. avaliaram dois esquemas de tratamento com fenoximetilpenicilina, em um estudo envolvendo 206 (duzentos e seis) crianças com mais de 5 (cinco) anos que apresentavam amigdalite bacteriana por estreptococos do grupo A. As crianças foram randomizadas para receber a dose diária do antibiótico, em duas ou três tomadas ao dia, durante 1 (uma) semana. Ao final do tratamento, a taxa de cura (clínica + microbiológica) era de 82% no grupo que recebeu duas doses diárias e 88,2% no grupo que recebeu três doses diárias (p = NS). Em conclusão, a administração da fenoximetilpenicilina, em duas ou três tomadas, tem a mesma eficácia para o tratamento de amigdalites, em crianças1.
Em um estudo semelhante ao anterior, os mesmos autores avaliaram 131 (cento e trinta e um) pacientes com sinusite, otite média aguda, ou amigdalite. Observaram que a taxa de cura era de 78,6% quando a fenoximetilpenicilina era administrada em duas doses e 86,2% em três doses diárias, o que não atingiu significância estatística. Estes achados corroboram aqueles do estudo anterior2.
Matsen e cols. compararam três antibióticos (fenoximetilpenicilina, penicilina G benzatina e cefalexina) no tratamento de faringite estreptocócica em 128 (cento e vinte e oito) crianças. A penicilina G benzatina foi administrada em dose única enquanto os outros antibióticos foram prescritos por 10 (dez) dias. As taxas de cura foram semelhantes entre os grupos (97,1% para fenoximetilpenicilina, 96,7% para cefalexina e 96,4% para penicilina G benzatina; p = NS). O estudo concluiu que a eficácia dos esquemas com os antibióticos usados era muito boa e equivalente entre si3.
Von Konow e cols. compararam a clindamicina com a fenoximetilpenicilina para o tratamento de infecções bacterianas orofaciais, em 60 (sessenta) pacientes. Embora tenha sido observada tendência a um período mais curto de dor, febre e inchaço nos pacientes tratados com clindamicina, a diferença não foi estatisticamente significante. Houve um caso de colite pseudomembranosa no grupo clindamicina. Em conclusão, a fenoximetilpenicilina foi tão eficaz quanto a clindamicina, no tratamento de infecções bacterianas agudas orofaciais4.
Profilaxia de febre reumática
As Diretrizes Brasileiras para o Diagnóstico, Tratamento e Prevenção da Febre Reumática, publicadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, colocam a penicilina V como antibiótico de escolha por via oral, tanto para profilaxia primária quanto secundária (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B). As vantagens citadas da penicilina V são: excelente tolerabilidade, eficácia comprovada e baixo custo5.
3. características farmacológicas
A fenoximetilpenicilina potássica (penicilina V) é o análogo fenoximetil da penicilina G. É quimicamente designada de ácido 3,3-dimetil-7-oxo-6(2-fenoxiacetamido)-4-tia-1– azabiciclo [3.2.0] heptano-2-carboxílico. É um antibiótico que exerce sua ação bactericida durante o período de multiplicação ativa dos microrganismos sensíveis. Atua por inibição da biossíntese do mucopeptídeo da parede celular. Não é ativa contra bactérias produtoras de penicilinase, as quais incluem muitas cepas de estafilococos. A droga exerce elevada atividade in vitro contra estafilococos (exceto as cepas produtoras de penicilinase), estreptococos (grupos A, C, G, H, L e M) e pneumococos. Outros microrganismos sensíveis à fenoximetilpenicilina potássica são: Corynebacterium diphtheriae, Bacillus anthracis, Clostridia, Actinomyces bovis, Streptobacillus moniliformis, Listeria monocytogenes, Leptospira e Neisseria gonorrhoeae. Treponema pallidum é extremamente sensível à ação bactericida da fenoximetilpenicilina potássica.
A característica principal do PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica), que o distingue da benzilpenicilina, é a resistência à inativação pelo suco gástrico. Pode ser administrada durante as refeições, entretanto, obtêm-se níveis sanguíneos mais elevados quando administrada antes das refeições, ou com o estômago vazio. Os níveis sanguíneos médios são de duas a cinco vezes maiores que os atingidos com a mesma dose de benzilpenicilina oral e apresentam menores variações individuais.
Uma vez absorvida, a fenoximetilpenicilina potássica liga-se em cerca de 80% a proteínas plasmáticas. Níveis teciduais são mais elevados nos rins, com menores quantidades no fígado, pele e intestinos. Pequenas quantidades são encontradas em todos os outros tecidos corporais e no líquor. É excretada tão rapidamente quanto é absorvida em indivíduos com função renal normal. Em recém-nascidos, crianças e indivíduos com disfunção renal a excreção retarda-se consideravelmente.
4. contraindicações
O PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica) está contraindicado para pacientes, com história de hipersensibilidade a penicilinas e/ou demais componentes da formulação. Não deve ser administrado a pacientes sensíveis a cefalosporinas.
Comprimido: Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos de idade.
5. advertências e precauções
5. advertências e precauçõesReações de hipersensibilidade sérias e ocasionalmente fatais foram registradas em pacientes sob tratamento com penicilinas. Indivíduos com história de hipersensibilidade a múltiplos alérgenos, são mais suscetíveis a estas reações. Embora a anafilaxia seja mais frequente como consequência da terapêutica injetável, há casos em que ela ocorreu com a administração oral de penicilinas. Antes de iniciar o tratamento com penicilinas, deve-se investigar o aparecimento de possível reação de hipersensibilidade à penicilina, cefalosporina e outros alérgenos. Caso ocorra reação alérgica, o tratamento com a droga deve ser interrompido e a administração de drogas usuais como aminas vasoativas, anti-histamínicos e corticosteróides é recomendada. Reações anafiláticas intensas requerem tratamento de emergência com adrenalina, oxigênio, corticosteroides endovenosos e controle respiratório, incluindo intubação, se necessário.
Deve-se usar penicilina cautelosamente em indivíduos com história de alergia e/ou asma. A via oral de administração não deve ser descartada a não ser em casos de doença grave, náusea, vômito, espasmo da cárdia ou hipermotilidade intestinal. Alguns pacientes não absorvem quantidades terapêuticas de penicilina administrada oralmente. Em infecções estreptocócicas, o tratamento deve ser suficiente para eliminar os microrganismos [mínimo de 10 (dez) dias], caso contrário, as sequelas da doença estreptocócica poderão surgir. Recomenda-se realizar cultura ao término do tratamento, para determinar se os estreptococos foram totalmente erradicados.
A possibilidade de superinfecção por patogênicos micóticos, ou bacterianos deve ser avaliada, quando o produto for utilizado por tempo prolongado. Nestes casos, deve-se instituir terapêutica adequada.
Uso durante a gravidez:
Penicilinas atravessam rapidamente a barreira placentária. O efeito para o feto, caso exista, não é conhecido. Apesar de serem consideradas seguras, as penicilinas só devem ser administradas a mulheres grávidas, quando estritamente necessário. Categoria B: Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas, sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Uso durante a lactação:
Pequenas quantidades de fenoximetilpenicilina potássica foram detectadas no leite materno. O efeito para a criança, caso exista, não é conhecido. Deve-se ter cautela quando fenoximetilpenicilina potássica é administrada a mulheres que estejam amamentando.
Uso em portadores de insuficiência hepática e/ou renal:
Pode haver acúmulo de fenoximetilpenicilina potássica em pacientes, com comprometimento da função renal.
Pó para solução oral:
Atenção diabéticos: contém açúcar.
6. interações medicamentosas
Interações com medicamentos:
Anticoncepcionais orais (ACOs): pode haver redução da eficácia contraceptiva dos ACOs.
Bloqueadores de bomba de prótons: a elevação do pH gástrico prejudica a absorção da fenoximetilpenicilina.
Bupropiona: pode haver aumento do risco de convulsões, especialmente em indivíduos predispostos.
Cloroquina: diminui os níveis séricos da fenoximetilpenicilina (inibição da absorção).
Exenatida: diminui os níveis séricos da fenoximetilpenicilina (provavelmente, por inibição/atraso da absorção).
Metotrexato: as penicilinas diminuem a excreção do metotrexato, acarretando risco de intoxicação por ele.
Micofenolato mofetil (MMF): há redução dos níveis séricos de MMF, possivelmente por interação das penicilinas com a circulação entero-hepática.
Probenecida: diminui a taxa de excreção das penicilinas, assim como prolonga e aumenta os níveis sanguíneos.
Tetraciclinas: podem reduzir o efeito terapêutico das penicilinas.
Tramadol: pode haver aumento do risco de convulsões, especialmente em indivíduos predispostos.
Interação com testes de laboratório:
As penicilinas podem interferir com a medida da glicosúria realizada com o método do reagente sulfato de cobre, ocasionando falsos resultados de acréscimo ou diminuição. Esta interferência não ocorre com o método da glicose oxidase.
7. cuidados de armazenamento do medicamento
PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica) comprimidos:
Conservar em temperatura ambiente (ambiente entre 15°C e 30°C). Proteger da luz e umidade.
PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica) pó para solução oral:
Antes da reconstituição do pó: Conservar em temperatura ambiente (ambiente entre 15°C e 30°C).
Após reconstituição do pó: Conservar a solução em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), por no máximo 7 dias. A solução não utilizada durante este período deverá ser descartada.
Desde que observados os devidos cuidados de conservação, os prazos de validade do PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica) é de 24 meses, contados a partir da data de fabricação impressa em sua embalagem externa.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características do comprimido : Branco, isento de material estranho. Apresenta vinco central em uma das faces e bordas chanfradas.
Características do pó para solução oral: Antes da reconstituição, apresenta-se como pó branco a levemente róseo, solto, isento de materiais estranhos e aglomerados. Após reconstituição, a solução resultante é de cor salmão.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
8. posologia e modo de usar
Essa solução se mantém estável por 7 (sete) dias à temperatura ambiente (entre 15oC e 30oC).
5
Após este prazo, despreze qualquer solução não utilizada.
A dose de PEN-VE-ORAL® (fenoximetilpenicilina potássica) deve ser determinada de acordo com a sensibilidade do microrganismo infectante, e a gravidade da infecção é ajustada de acordo com a resposta clínica do paciente.
É calculada levando-se em conta o peso corporal. Recomenda-se a utilização de 25.000 a 90.000 UI/kg/dia, divididas em 3 (três) a 6 (seis) administrações. Para infecções estreptocócicas leves e moderadas do trato respiratório, incluindo otite média, pode-se utilizar 40.000 UI/kg/dia, divididas em duas doses iguais, por 10 (dez) dias, como regime posológico alternativo.
Comprimido: Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
9. reações adversas
Embora a incidência de reações às penicilinas orais ocorra em menor frequência do que com a terapêutica injetável, deve-se lembrar que todas as formas de hipersensibilidade, incluindo choque anafilático fatal já foram descritas. As reações adversas da fenoximetilpenicilina agrupadas por frequência de ocorrência, são:
Reações comuns (>1/100 e <1/10 )
Sistema nervoso central: cefaleia;
Sistema gastrintestinal: monilíase oral; náusea; vômito; diarreia;
Trato genital: monilíase vaginal e/ou vulvar.
Reações incomuns (>1/1.000 e < 1/100)
Pele: erupções cutâneas; rash; prurido; urticária;
Sistema urinário eletrolítico: edema por retenção de água e sódio;
Sistema respiratório: dispneia;
Sistema gastrintestinal: dor abdominal;
Reações de hipersensibilidade: reações anafiláticas; reação semelhante à doença do soro; edema de laringe;
Sistema cardiovascular: hipotensão.
Reações raras (>1/10.000 e < 1/1.000)
Pele: síndrome de Stevens-Johnson; necrólise epidérmica tóxica; eritema multiforme;
Sistema nervoso central: confusão mental; convulsões; febre;
Sistema gastrintestinal: hepatite medicamentosa; colite pseudomembranosa;
Sistema urinário e eletrolítico: nefrite intersticial aguda; cristalúria;
Sangue: anemia hemolítica; trombocitopenia; leucopenia; agranulocitose; eosinofilia; distúrbios da coagulação.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.