Bula do profissional da saúde - MEROPENÉM TRI-HIDRATADO INSTITUTO BIOCHIMICO INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
Medicamento genérico, Lei n° 9.787, de 1999.
Pó para solução injetável
Caixas com 1, 5 ou 10 frascos-ampola contendo meropeném tri-hidratado equivalente a 2 g de meropeném
VIA INTRAVENOSA
USO ADULTO
Cada frasco-ampola de 2 g contém 2280 mg de meropeném tri-hidratado, equivalente a 2 g de meropeném anidro. (excipiente: carbonato de sódio anidro)
Meropeném tri-hidratado por infusão prolongada está indicado para o tratamento de infecções graves, ocasionadas por bactérias multirresistentes sendo intrinsecamente mais potente contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa , tais como: – pneumonia associada ao uso de ventiladores mecânicos;
– meningite bacteriana;
– septicemia;
– fibrose cística.
2. resultados de eficácia
2. resultados de eficáciaA avaliação da eficácia do meropeném para o tratamento de pneumonias associadas ao uso de ventiladores mecânicos (PAV) foi realizada comparando três posologias distintas: 2 g por infusão prolongada por 3 horas a cada 8 horas por um período de 24 horas, injeção em bolus de meropeném 1 g por 10 minutos a cada 8 horas por um período de 24 h e 1 g por infusão prolongada por 3 horas cada 8 h por um período de 24h. Foi evidenciada proporcionalidade entre dose e ASC (área sob a curva) por infusão prolongada. O breakpoint utilizado foi o estabelecido pela CLSI, que é a CIM maior de 4,0 jrg/mL. Logo, as concentrações séricas médias obtidas após infusão de 1 g de meropeném por 3 h ficaram acima de 4,0 gg/mL por aproximadamente 72% do intervalo de dosagens de 8 horas. Da mesma maneira, quando uma injeção em bolus de 1 g de meropeném foi administrada, as porcentagens de T> CIM foram aproximadamente de 60 % do intervalo entre as doses. A CIM para P. aeruginosa isolada de dois pacientes foi > que 4,0 gg/mL. De acordo com as simulações farmacocinéticas com as CIMs para os patógenos, as concentrações médias obtidas através da infusão de 1 g de meropeném por 3 horas estavam acima de 8 gg/mL por aproximadamente 58% do período de 8 horas. Entretanto, as concentrações séricas médias quando 2 g de meropeném foram administradas por 3 horas ficaram acima das CIMs de 8 e 16 gg/mL por 72% e 57% do intervalo de dose de 8 horas, respectivamente. Deste modo, no tratamento de infecções com microrganismos que apresentam CIM intermediário (resistência intermediária), a dose de meropeném administrada por infusão prolongada de 3 h pode ser aumentada até 2 g a cada 8 h. Para o tratamento de infecções causadas por patógenos isolados com resistência intermediária, a infusão por 3 horas de meropeném 2 g a cada 8 horas fornece concentrações séricas acima da CIM de 16 gg/mL para quase 60% do intervalo de 8 horas.1Em um estudo randomizado, cruzado e prospectivo, quinze pacientes criticamente infectados com diagnóstico de pneumonia (n=7), sepse (n=3) ou síndrome da resposta inflamatória sistêmica (n=5) receberam, aleatoriamente, ou uma dose de ataque de 2g de meropeném intravenoso IV seguida por infusão contínua diária de 3g por 48 horas, ou administração intermitente de 2g de meropeném intravenoso IV a cada 8 horas por 2 dias. Os objetivos principais deste estudo foram investigar a farmacocinética do meropeném por infusão prolongada versus infusão intermitente em pacientes portadores de infecções graves internados, e comparar os efeitos colaterais dos dois regimes de administração empregados. Os autores concluíram que o racional para usar o meropeném por infusão contínua é apoiado pelos dados farmacocinéticos. As concentrações séricas permaneceram acima da CIM para a maioria dos prováveis patógenos em todos os pacientes. Durante a infusão prolongada não foram observados efeitos adversos relacionados a este regime de administração. Desta forma, o meropeném pode ser administrado com segurança por este regime.2
Em um estudo clínico envolvendo 6 indivíduos com fibrose cística, administrou-se o meropeném na dosagem de 2g a cada 8 horas por infusão endovenosa por 30 minutos. Três doses sucessivas foram administradas. O uso do meropeném 2g em regime de infusão maximiza a farmacodinâmica deste antibiótico. Os resultados do estudo mostram que após uma dosagem de 2g de meropeném a cada 8 horas, as concentrações plasmáticas permanecem mais altas por pelo menos 50% dos intervalos entre as dosagens, minimizando a probabilidade de uma resposta clínica desfavorável. 3
1. Jaruratanasirikul S, Sriwiriyajan S, Punyo J. Comparison of the pharmacodynamics of meropenem in patients with ventilator-associated pneumonia following administration by 3-hour infusion or bolus injection. Antimicrobial Agents and Chemotherapy 2005;v49 (4):1337–1339.
2. Thalhammer F, Traunmuller F, Menyawi I, et al. Continuous infusion versus intermittent administration of meropenem in critically ill patients. Journal of Antimicrobial chemotherapy 1999; v:43: 523–527.
3. Bui K, Ambrose P, Nicolau D, et al. Pharmacokinetics of high-dose meropenem in adult cystic fibrosis patients. Chemotherapy 2001;vol 47: 153–156.
3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Meropeném tri-hidratado é um antibiótico para uso parenteral, pertencente à classe dos carbapenêmicos. A presença de um anel carbapenêmico confere a esta substância a propriedade de agir com elevada potência contra microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Age facilmente nestes microrganismos, pois possui estabilidade frente a todas as betalactamases, sendo estável à hidrólise pela enzima ESBL (enzima betalactamase de espectro estendido), além de possuir uma boa afinidade pelas proteínas que ligam à penicilina (PBP). Estas propriedades fazem dos carbapenêmicos agentes muito efetivos para o tratamento de infecções bacterianas graves.
Possui atividade antimicrobiana tempo-dependente, ou seja, seu sucesso clínico depende da porcentagem do tempo (%T) em que os níveis do fármaco no local da infecção excedem a CIM (concentração inibitória mínima). Uma maneira de prolongar a %T> CIM é através da infusão prolongada do fármaco, que fornece um tempo maior acima da CIM, se comparado com a administração IV (intravenosa) em bolus. A duração acentuada do efeito antibiótico pode ser particularmente importante em pacientes imunossuprimidos, com infecção grave ou no tratamento de patógenos com CIM alta. Para o meropeném, 40% do tempo do intervalo de dose ou mais acima da CIM se correlaciona com o potencial bactericida máximo do fármaco, aumentando a eficácia do produto.
O espectro antibacteriano in vitro do meropeném inclui a maioria dos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos clinicamente significantes e cepas de bactérias aeróbicas e anaeróbicas conforme a relação a seguir:
Bactérias anaeróbias | Gram-negativos aeróbios | Gram-positivos aeróbios |
Actinomyces odontolyticus | Achromobacter xylosoxidans | Bacillus spp. |
Actinomyces meyeri | Acinetoba cte r anitra tus | Corynebacterium diphtheriae |
Actinomyces israellii | Acinetobacter lwoffii | Enterococcus faecalis |
Bacteróides-Prevotella- Porphyromonas ssp. | Acinetobacter baumannii | Enterococcus liquifaciens |
Bacte roides fragilis | Acinetobacter junii | Enterococcus avium |
Bacteroides vulgatus | Acinetobacter haemolyticus | Erysipelothrix rhusiopathiae |
Bacteroides variabilis | Aeromonas hydrophila | Listeria monocytogenes |
Bacteroides pneumosintes | Aeromonas sorbria | Lactobacillus spp. |
Bacteroides coagulans | Aeromonas caviae | Nocardia asteroides |
Bacteroides uniformis | Alcaligenes faecalis | Staphylococcus aureus(penicilinase-negativos e positivos) |
Bacteroides distasonis | Bordetella bronchiseptica | Staphylococcus (coagulase- negativos), incluindo: |
Bacteroides ovatus | Brucella melitensis | Staphylococcus epidermidis |
Bacteroides thetaiotaomicron | Campylobacter coli | Staphylococcus saprophyticus |
Bacteroides eggerthii | Campylobacter jejuni | Staphylococcus capitis |
Bacteroides capsillosis | Citrobacte r freundii | Staphylococcus cohnii |
Bacteroides buccalis | Citrobacter diversus | Staphylococcus xylosus |
Bacteroides corporis | Citrobacter koseri | Staphylococcus warneri |
Bacteroides gracilis | Citrobacter amalonaticus | Staphylococcus hominis |
Bacteroides levii | Enterobacter aerogenes | Staphylococcus simulans |
Bacteroides caccae | Enterobacter (Pantoea) agglomerans | Staphylococcus intermedius |
Bacteroides ureolyticus | Enterobacter cloacae | Staphylococcus sciuri |
Prevotella melaninogenica | Enterobacter sakazakii | Staphylococcus lugdunensis |
Prevotella intermedia | Escherichia coli | Streptococcus pneumoniae (sensível e resistente a penicilina) |
Prevotella bivia | Escherichia hermannii | Streptococcus agalactiae |
Prevotella corporis | Gardnerella vaginalis | Streptococcus pyogenes |
Prevotella oralis | Haemophilus influenzae (incluindo cepas betalactamase-positivas) e resistentes a ampicilina) | Streptococcus equi |
Prevotella disiens | Haemophilus parainfluenzae | Streptococcus bovis |
Prevotella ruminicola | Haemophilus ducreyi | Streptococcus mitis |
Prevotella oris | Helicobacter pylori | Streptococcus mitior |
Prevotella buccae | Neisseria meningitidis | Streptococcus milleri |
Prevotella denticola | Neisseria gonorrhoeae (incluindo cepas betalactamase-positivas, resistentes a penicilina a espectinomicina). | Streptococcus sanguis |
Prevotella oris | Hafnia alvei | Streptococcus viridans |
Prevotella buccae | Klebsiella pneumoniae | Streptococcus salivarius |
Prevotella denticola | Klebsiella aerogenes | Streptococcus morbillorum |
Porphyromonas asaccharolytica | Klebsiella ozaenae | Streptococcus cremoris |
Porphyromonas gingivalis | Klebsiella oxytoca | Streptococcus Grupo G |
Bifidobacterium spp. | Moraxella (Branhamella) catarrhalis | Streptococcus Grupo F |
Bilophila wadsworthia | Morganella morganii | Rhodococcus equi |
Clostridium perfringens | Proteus mirabilis | |
Clostridium bifermentans | Proteus vulgaris | |
Clostridium ramosum | Proteus penneri | |
Clostridium sporogenes | Providencia rettgeri | |
Clostridium cadaveris | Providencia stuartii | |
Clostridium difficile | Providencia alcalifaciens | |
Clostridium sordellii | Pasteurella multocida | |
Clostridium butyricum | Plesiomonas shigelloides | |
Clostridium ciostridiiformis | Pseudomonas aeruginosa | |
Clostridium innocuum | Pseudomonas putida | |
Clostridium subterminale | Pseudomonas alcaligenes | |
Clostridium tertium | Burkholderia (Pseudomonas) cepacia | |
Eubacterium lentum | Pseudomonas fluorescens | |
Eubacterium aerofaciens | Pseudomonas stutzeri | |
Fusobacterium mortiferum | Pseudomonas pickettii | |
Fusobacterium necrophorum | Pseudomonas pseudomallei | |
Fusobacterium nucleatum | Pseudomonas acidovorans | |
Fusobacterium varium | Salmonella ssp ( incluindo Salmonella enteritidis/typhi) | |
Mobiluncus curtisii | Serratia marcescens | |
Mobiluncus mulieris | Serratia liquefaciens | |
Peptostreptococcus anaerobius | Serratia rubidaea | |
Peptostreptococcus micros | Shigella sonnei | |
Peptostreptococcus saccha rolyticus | Shigella flexneri |
Peptococcus saccharolyticus | Shigella boydii | |
Peptostreptococusasaccharolyticus | Shigella dysenteriae | |
Peptostreptococcus magnus | Vibrio cholerae | |
Peptostreptococcus prevotii | Vib rio pa rahaemolyticus | |
Propionibacterium acne | Vibrio vulnificus | |
Propionibacterium avidum | Yersinia enterocolitica | |
Propionibacterium granulosum | ||
Veillonella parvula | ||
Wolinella recta |
Em voluntários sadios, a administração de 2 g por infusão prolongada durante 3 h apresenta melhor potencial de cura para infecções causadas por microrganismos menos sensíveis, quando comparada com a dose de 0,5 g neste mesmo regime de infusão, pois garante a %T> CIM superiores. Para confirmar que o estado de equilíbrio (steady-state ) foi alcançado, as concentrações séricas do fármaco foram comparadas no tempo t = 0 h imediatamente antes da terceira dose (0,32 ± 0,17 gg/mL para a dose de 0,5 g, e 1,92 ± 0,99 gg/mL para a dose de 2 g) e no t = 8 h após a terceira dose (0,22 ± 0,11 gg/mL para a dose de 0,5 g e 1,58 gg/mL ± 0,53 para a dosagem de 2 g). O perfil sérico foi determinado para a terceira dose administrada em cada posologia. A ausência de diferenças significativas no t = 0 e t = 8 h confirmou o estado de equilíbrio para as duas doses (p>0,05). O meropeném 2 g apresenta proporcionalidade entre as doses administradas e as concentrações plasmáticas, uma vez que os valores de Cmax e ASCs são 4 vezes maiores para a dose de 2 g se comparado com a dose de 0,5 g, confirmando que a farmacocinética é linear, com as concentrações plasmáticas aumentando de acordo com a dose administrada, para estas faixas de dose, sendo a ASC igual a 28,35 ± 2,86 gg.h/mL para o meropeném 0,5 g e 126,55 ± 28,81 gg.h/mL para o meropeném 2 g Esta mesma proporcionalidade pode ser observada ao se comparar os valores de Cmax para dose de 0,5 g este parâmetro médio foi de 9,71 ± 0,76gg/mL e para dosagem de meropeném 2 g, o Cmax foi de 15,24 ± 3,79. Juntamente a estes parâmetros farmacocinéticos, determinou-se o tempo em que as concentrações séricas foram superiores à CIM. Para tanto, considerou-se o breakpoint de resistência para o meropeném estabelecido pelo Clinicai Laboratory Standard Institute – CLSI, que é > 4 gg/mL para P. aeruginosa. A meta de pelo menos 30% do tempo do intervalo entre as doses acima deste CIM (%T>CIM) é considerada como alvo terapêutico para o meropeném. Deste modo, a infusão por 30 min. das doses de 0,5 e 2 g resulta em %T> CIM de 30% e 58%, respectivamente. Estas mesmas doses administradas por infusão prolongada de 3 horas, resultam em metas farmacodinâmicas de 43% e 73%, respectivamente. Quando as CIMs 90 de 32 gg/mL e 16 gg/mL para espécies de Acinetobacter e P. aeruginosa são utilizadas, apenas a infusão por 3 h garante %T> CIM superior a 30% para P. aeruginosa , sendo de 32% para a dose 0,5 g e 48% para a dose de 2 g. Para Acinetobacter , apenas a dose de 2 g nas duas formas de administração (infusão de 30 min e 3 h) garante %T> CIM em torno de 19% do tempo de intervalo. Os resultados indicam que a dose de 2 g administrada como infusão contínua por 3 h apresenta o melhor potencial de cura para infecções ocasionadas por microrganismos com CIM elevadas e intermediárias, pois garante a %T>CIM superiores.
Outros locais de distribuição do meropeném
1. Bile: Alcança altas concentrações na bile em pacientes recebendo colangiografia retrógrada endoscópica após doses de 1 g por via intravenosa. No instante da colangiografia, as concentrações plasmáticas e biliares foram de 15 gg/mL em pacientes sem obstrução. Pacientes com obstrução alcançaram níveis de 20 gg/mL e 8 gg/mL no plasma e na bile, respectivamente;
2. Fluído cérebro-espinhal: A administração de 2 g por via intravenosa três vezes diariamente resulta em um pico de concentração de 16 gg/mL no fluído cérebro-espinhal. Pacientes recebendo doses de meropeném por via intravenosa de 20 mg/kg ou 40 mg/kg, as concentrações cérebro-espinhal variaram de 0,2 a 2,8 mg/L e 0,9 a 6,5 mg/L respectivamente.
O meropeném é estável à DHP-I (diidropeptidase I), dispensando a co-administração de inibidores desta enzima, consequentemente tornando-se desnecessário associá-lo a cilastatina.
In vitro, a reação do meropeném com a DHP-I produz um composto com um anel betalactâmico aberto, resultante de uma mistura dos isômeros 1-pirrolina e 2-pirrolina. O mesmo metabólito é produzido por hidrólise química sob condições ácidas (pH< 2) e alcalinas (pH>13).
A excreção do meropeném é predominantemente renal, através de uma combinação de filtração glomerular com secreção tubular ativa, variando de 60–70% da dose administrada. Devido à alta eliminação por excreção renal, o ajuste das doses de meropeném deve ser realizado em pacientes com disfunção renal.
Pacientes com doença renal em estágio avançado que sofreram nefrectomia apresentaram metabólitos do meropeném em seu plasma. Uma vez que estes tipos de pacientes não apresentam “virtualmente” clearance renal, foi concluído que o meropeném sofre metabolismo ou degradação extra-renal (este fármaco também sofre metabolismo renal).
Quando múltiplas doses são administradas a indivíduos com a função renal normal, em intervalos de 8 horas, não há ocorrência de acúmulo de meropeném. A meia-vida de eliminação para estes indivíduos é de aproximadamente 1 hora.
Um estudo farmacocinético do meropeném em pacientes com fibrose cística mostrou alteração bem consistente com mudanças associadas ao uso de outros agentes antimicrobianos no grupo de pacientes. O tempo de meia- vida de eliminação estava diminuído em 8 pacientes com fibrose cística quando comparada com 8 voluntários saudáveis quando recebendo 15 mg/kg por 30 minutos. Semelhantemente, o clearance renal e total tenderam a ser maior e o volume de distribuição tendeu a ser menor nesta classe de pacientes.
Estudos farmacocinéticos em idosos demonstraram uma redução na depuração plasmática de meropeném, que se correlacionou com a redução na depuração da creatinina associada à idade. Estudos farmacocinéticos em pacientes com doença hepática não demonstraram efeitos desta doença sobre a farmacocinética do meropeném. Neste mesmo grupo de pacientes foi observado que o clearance total e o clearance renal foram diminuídos com a idade, enquanto que ASC e o tempo de meia-vida tiveram um aumento significante.
O clearance renal (média de 8,2 à 13,1 L/h) ocorre principalmente via filtração glomerular mas a secreção tubular também tem uma participação de 54 à 79% da dose original de meropeném que é recuperada na forma inalterada na urina, indicando estabilidade da molécula DHP-I; aproximadamente 2% é recuperado nas fezes e a quantidade remanescente é excretada na urina como metabólito inativo.
Um estudo realizado em voluntários idosos saudáveis mostrou que o clearance total e o clearance renal foram diminuídos com a idade, enquanto que ASC e o tempo de meia-vida tiveram um aumento significante.
Problemas renais: O déficit da função renal bem como do clearance total resultam no aumento da quantidade do fármaco inalterado e do aumento do tempo de meia-vida plasmática e da diminuição do seu metabólito excretado na urina. O tempo de meia-vida de eliminação aumenta com aumento do dano renal (taxas de clearance de creatinina <0,3 L/h). A ligação às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 2%.
O meropeném tem boa penetração na maioria dos tecidos e fluídos corporais, incluindo o líquido cefalorraquidiano de pacientes com meningite bacteriana, alcançando concentrações acima das requeridas para inibir o crescimento de microrganismos.
Eliminação extracorpórea: O meropeném pode ser removido através de diálise; seu clearance e de seu metabólito ICI 213689 é de 79 e 81 mL/min, respectivamente. Pode também ser eliminado através da hemofiltração. Em 9 pacientes anúricos, 47% da dose de meropeném foi removida através da hemofiltração venosa contínua.
Dados de segurança pré-clínica : Estudos em animais indicam que meropeném é bem tolerado pelos rins. Evidência histológica de dano tubular renal foi observada em camundongos e em cães, apenas em doses de 2000 mg/kg e em doses superiores. O meropeném é geralmente bem tolerado pelo sistema nervoso central. Foram observados efeitos apenas com doses muito altas, de 2000 mg/kg ou mais. A DL50 intravenosa de meropeném em roedores é superior a 2000 mg/kg. Em estudos de doses repetidas de até 6 meses de duração, foram observados apenas efeitos secundários, incluindo um pequeno decréscimo nos parâmetros dos glóbulos vermelhos e um aumento no peso do fígado em cães, com dose de 500 mg/kg. Não houve evidência de potencial mutagênico nos 5 testes realizados e nenhuma evidência de toxicidade reprodutiva, incluindo potencial teratogênico. Em estudos nas doses mais altas possíveis em ratos e macacos (o nível de dose sem efeito de uma pequena redução no peso corpóreo F1 em rato foi 120 mg/kg). Houve um aumento na incidência de abortos com 500 mg/kg em um estudo preliminar em macacos. Não houve evidência de sensibilidade aumentada ao meropeném em animais jovens em comparação com animais adultos. A formulação intravenosa foi bem tolerada em estudos em animais. A formulação intramuscular causou necrose reversível no local da injeção. O único metabólito de meropeném teve um perfil similar de baixa toxicidade em estudos com animais.
4.
O uso deste medicamento está contraindicado a pacientes com histórico de hipersensibilidade conhecida ao meropeném e/ou qualquer componente da formulação (alergia sem outra especificação). Pacientes com história de hipersensibilidade a antibióticos carbapenêmicos, penicilinas ou outros antibióticos betalactâmicos também podem ser hipersensíveis ao meropeném. Como ocorre com todos os antibióticos betalactâmicos, raras reações de hipersensibilidade foram relatadas.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos .
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião- dentista.
5.
5.Como acontece com outros antibióticos, pode ocorrer supercrescimento de microrganismos não-sensíveis, sendo então necessárias repetidas avaliações de cada paciente. Raramente foi relatada a ocorrência de colite pseudomembranosa, assim como ocorre com praticamente todos os antibióticos. Desse modo, é importante considerar o diagnóstico de colite pseudomembranosa em pacientes que apresentem diarréia em associação ao uso de meropeném.
Este medicamento é classificado na categoria B de risco na gravidez : A segurança de meropeném na gravidez humana não foi estabelecida, apesar de os estudos em animais não terem demonstrado efeitos adversos no feto em desenvolvimento. Meropeném não deve ser administrado durante a gravidez sem orientação médica, a menos que os benefícios potenciais para a mãe justifiquem os riscos potenciais para o feto. O meropeném é detectável em concentrações muito baixas no leite de animais. No entanto, não deve ser administrado em mulheres que estejam amamentando, a menos que os benefícios potenciais justifiquem o risco potencial para o bebê.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião- dentista.
Este medicamento não deve ser usado em indivíduos com peso inferior a 50 kg.
Meropeném tri-hidratado é exclusivamente de uso intravenoso.
- Uso em portadores de insuficiência hepática e/ou renal: pacientes com disfunção hepática: pacientes portadores de doença hepática preexistente devem ter a função hepática monitorada durante o tratamento com meropeném. Pacientes com insuficiência renal: vide item “posologia”.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas: não há evidências de que meropeném diminua a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas.
6.
A probenecida compete com o meropeném pela secreção tubular ativa e por isso inibe a sua excreção renal, provocando aumento da meia-vida de eliminação e da sua concentração plasmática. Uma vez que a potência e a duração da ação de meropeném administrado sem a probenecida são adequadas, não se recomenda a co- administração de meropeném com esta substância. O efeito potencial de meropeném sobre a ligação de outros fármacos às proteínas plasmáticas ou sobre o metabolismo não foi estudado.
O meropeném foi administrado concomitantemente com muitos outros medicamentos sem interações adversas aparentes. O meropeném pode reduzir os níveis séricos de ácido valpróico. Podem-se atingir níveis subterapêuticos em alguns pacientes. Entretanto, não foram conduzidos estudos de interação com fármacos específicos, além do estudo com a probenecida.
Antibióticos que possuem atividade bacteriana contra Salmonella typhi podem interferir com a resposta imunológica à vacina contra a febre tifóide. Conceda um período de 24 horas ou mais de intervalo entre a administração da última dose de meropeném e a dose de vacina contra a febre tifóide.
7.
7.Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
O prazo de validade deste medicamento é de 24 meses.
Para informações sobre cuidados de armazenamento após reconstituição vide item “POSOLOGIA E MODO DE USAR”
As soluções de meropeném tri-hidratado não devem ser congeladas.
Antes da reconstituição o produto apresenta-se como pó cristalino branco a ligeiramente amarelado.
A solução reconstituída é límpida, incolor a levemente amarelada, sem partículas em suspensão.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças
8.
8.Reconstituição
Deve-se reconstituir o produto em 20 mL de solução diluente e infundir em 100 mL de solução fisiológica. Recomenda-se que soluções de meropeném tri-hidratado sejam preparadas imediatamente antes do uso, entretanto, após preparo, a solução mantém estabilidade satisfatória em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) por 3 horas ou sob refrigeração (entre 2 e 8°C) por 5 horas, quando reconstituído em 20 mL de um dos seguintes diluentes: cloreto de sódio 0,9%, solução fisiológica ringer ou solução fisiológica ringer + lactato. Apresentado na tabela a seguir:
SOLUÇÃO UTILIZADA PARA RECONSTITUIÇÃO | PERÍODO DE ESTABILIDADE (em horas) | |
15°C – 30°C | 2°C – 8 °C | |
Cloreto de Sódio 0,9% | 3 | 5 |
Solução de Ringer | 3 | 5 |
Solução de Ringer com Lactato | 3 | 5 |
As condições informadas para o armazenamento das soluções reconstituídas garantem somente os aspectos físico químicos das preparações.
Do ponto de vista microbiológico elas devem ser utilizadas imediatamente e só poderão ser armazenadas conforme condições descritas, se forem manipuladas com técnicas assépticas controladas e validadas.
a 45° com bisel voltado para cima e, ao longo da perfuração, posicioná-lo a 90°, conforme figura abaixo;
Se houver necessidade de mais perfurações, estas também devem ocorrer no círculo central, mas não no mesmo local perfurado anteriormente; É recomendado não perfurar mais de 4 vezes a área demarcada (círculo central).De acordo com a Farmacopeia USP, é recomendada a utilização de agulha com calibre de 0,8mm para perfuração da tampa.
Referências bibliográficas: Farmacopéia USP (United States Pharmacopeia) do capítulo NF 381 e Roth, Jonathan V. MD, PhD.
How to Enter a Medication Vial Without Coring. Anesthesia & Analgesia 104. 6 (2007). P. 1615.
Deve-se agitar a solução reconstituída antes do uso.
Meropeném tri-hidratado não deve ser misturado ou adicionado a soluções que contenham outros fármacos. As soluções de meropeném não devem ser congeladas.
Meropeném tri-hidratado deve ser administrado de 8 em 8 horas em infusão prolongada por via intravenosa (IV) para o tratamento de patologias graves contra bactérias multirresistentes Acinetobacter baumannii , Pseudomonas aeruginosa , Burkholderia cepacia , e/ou patógenos com CIM elevadas.
1. o prolongamento da meia-vida de eliminação do meropeném e do metabólito de anel aberto e um aumento no seu clearance renal são observados em pacientes com insuficiência renal sendo necessário o ajuste de dose nestes pacientes. Para tal, em pacientes com o clearance de creatinina menor que 51 mL/min, a dose de meropeném deve ser reduzida. Em pacientes com clearance de creatinina na faixa de 26–50 mL/min, as doses de 2 g devem ser administradas a cada 12 horas. Não se deve administrar meropeném tri-hidratado em pacientes com clearance de creatinina entre 10–25 mL/min e menor que 10mL/min.
2. dose em pacientes geriátricos: um prolongamento da meia-vida de eliminação foi relatado em pacientes idosos (1,3 h versus 0,8 horas em indivíduos jovens), o qual está relacionado à diminuição da função renal. A redução no clearance não renal também pode ocorrer nos idosos devido ao baixo metabolismo. Estes dados sugerem a necessidade da redução de dose em pacientes idosos. Entretanto, os ajustes de dose não são necessários em pacientes idosos com clearance de creatinina maiores que 50 mL/min.
O meropeném é eliminado da circulação por hemodiálise. Caso seja necessária a continuidade do tratamento com meropeném, a unidade de dose, baseada no tipo e na gravidade da infecção, é recomendada no final do procedimento de hemodiálise, para reinstituir tratamento efetivo. Não existe experiência com diálise peritoneal.
Meropeném tri-hidratado deve ser administrado por infusão contínua por via intravenosa por um período de três horas.
9.
9.O meropeném é geralmente bem tolerado. Os eventos adversos graves são raros e dificilmente requerem interrupção da terapia. As reações adversas de meropeném agrupadas de acordo com a sua incidência são:
Reações locais após injeção intravenosa: inflamaçãolocal.
Pele: Exantema, “rash” cutâneo.
Trato gastrointestinal: diarréia; náusea/vômito; obstipaçãointestinal.
– reações locais após injeção intravenosa: flebite/tromboflebite; reação no sítio de injeção; dor no local de injeção; edema no local de injeção.
– sintomas gerais: febre.
– pele: prurido; urticária.
– sistema nervoso central: cefaleia.
– trato ginecológico: vaginite; candidíasevaginal.
– trato gastrointestinal: monilíase oral; elevação de transaminases (alt e ast), fosfatase alcalina, desidrogenase láctica e bilirrubinas.
– trato urinário: elevação da creatinina eureia
– sangue: trombocitose; eosinofilia; leucopenia; neutropenia; alteração do tempo de protrombina; alteração do tempo de tromboplastina parcial ativada; anemia.
10.
10.As propriedades farmacológicas e o modo de usar tornam improvável que a superdose intencional ocorra.
A superdose acidental pode ocorrer durante o tratamento, principalmente em pacientes com função renal alterada. O tratamento deve ser sintomático. Em indivíduos normais, ocorrerá rápida eliminação renal. Em pacientes com função renal alterada, a hemodiálise removerá o meropeném e seu metabólito.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.