Bula do profissional da saúde - ESTREVA FARMA VISION IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE MEDICAMENTOS LTDA
Farma Vision Imp. e Exp. De Medicamentos LTDA. Gel 0,1%
ESTREVA ® estradiol hemi-hidratado 0,1%
APRESENTAÇÕES
Gel.
ESTREVA®(estradiol hemi-hidratado) é apresentado em embalagem contendo 1 frasco de 50 g de peso líquido de gel em frasco dosador.
USO PERCUTÂNEO
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada 0,5 g de ESTREVA®(estradiol hemi-hidratado) contém: estradiol hemi-hidratado.....................................0,5162 mg
equivalente a 0,5 mg de estradiol.
Excipientes: álcool etílico, éter monoetílico de dietilenoglicol, edetato dissódico, carbômer, propilenoglicol, trolamina, água purificada.
Cada pressão na bomba dosadora libera 0,5 g de gel.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. indicações
ESTREVA®(estradiol hemi-hidratado) é destinado para correção da deficiência estrogênica na mulher menopausada, ooferoctomizada ou com hipofunção gonadal, que pode se manifestar como distúrbios vasomotores (fogachos), alterações do trofismo gênito-urinário (atrofia vulvo-vaginal, dispareunia, incontinência urinária) e problemas psíquicos (distúrbios do sono, astenia).
2. resultados de eficácia
O estudo que avaliou o uso do estradiol em gel administrado por via percutânea clinicamente com o nomegestrol em mulheres na pós-menopausa durante 6 meses demonstrou eficácia no tratamento da síndrome de deficiência estrogênica. Os sintomas climatéricos melhoraram significantemente após o início do tratamento. A incidência de fogachos diminuiu de 84% para 12% após 6 meses de tratamento. A prevalência de atrofia cérvico-vaginal documentada através de exame clínico e esfregaço foi reduzida de 40% no início do tratamento para 12% após 3 meses e 8% após 6 meses de tratamento. A incidência dos sintomas de dispareunia, que antes do tratamento era de 40%, foi reduzida para 8% após 6 meses de tratamento.
Referência: Foidart JM et al.: Impact of percutaneous oestradiol gels in posmenopausal hormone replacement therapy on clinical symptoms and endometrium. Br J Obstet Gynaecol 1997 (104) 305–310.
3. características farmacológicas
Grupo Farmacoterapêutico: Estrógenos.
Código ATC: G03CA03.
Propriedades Farmacodinâmicas e Farmacocinéticas
ESTREVA®(estradiol hemi-hidratado) possui as propriedades gerais do estrógeno fisiológico secretado pelos ovários, o 17 B-estradiol. O estradiol natural é produzido nos folículos ovarianos sob a influência da hipófise. Na mulher os estrógenos estimulam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e também são responsáveis pelas modificações endometriais durante o ciclo menstrual. O estradiol é rápida e completamente absorvido a partir do trato gastrointestinal, através da pele e mucosas. O metabolismo é fundamentalmente hepático e a excreção de seus metabólitos é feita principalmente pela via urinária. A estrogenioterapia por via percutânea evita o efeito da primeira passagem hepática, responsável pelo aumento da síntese do angiotensinogênio, das lipoproteínas VLDL e de certos fatores de coagulação, que poderiam favorecer os efeitos secundários cardiovasculares, tromboembólicos e metabólicos. Em um estudo de farmacocinética, a aplicação de 1,5 g de ESTREVA®Gel (equivalente a 1,5 mg de estradiol) em uma superfície de 400 cm2de pele abdominal, foi seguida pelo aumento progressivo dos níveis de estradiol que, após administração única, atinge inicialmente 40 pg/mL. Com a aplicação repetida da mesma dose sobre a mesma superfície corporal, o estado de equilíbrio é alcançado em 4 dias. As concentrações média 24 horas após a última aplicação são da ordem de 40 pg/mL, e o pico médio no 22° dia é de 70 pg/mL. A biodisponibilidade do estradiol percutâneo depende da superfície de aplicação e varia de um indivíduo para outro, sendo necessária a adaptação individualizada da posologia em função da sintomatologia clínica.
4. contraindicações
ESTREVA®(estradiol hemi-hidratado) é contraindicado nos seguintes casos:
S Histórico ou suspeita de câncer de mama;
S Histórico ou suspeita de tumor maligno estrógeno-dependente (por ex., câncer endometrial);
S Histórico ou suspeita de tumor hipofisário;
S Hemorragia vaginal de causa desconhecida;
S Hiperplasia endometrial não tratada;
S Antecedente ou quadro de tromboembolismo venoso (trombose venosa profunda, embolia pulmonar);
S Distúrbios trombofílicos diagnosticados (por ex., deficiência de Proteína C, Proteína S ou antitrombina, vide item “5. Advertências e Precauções”);
S Doença tromboembólica arterial ativa ou recente (por ex., angina, infarto do miocárdio);
S Doença hepática aguda ou histórico de doença hepática na qual a função hepática não tenha retornado à normalidade;
S Hipersensibilidade conhecida ao estradiol hemi-hidratado ou a qualquer componente da formulação;
S Porfiria;
S Ostopongiose e doenças do tecido cognitivo;
S Gravidez.
Este medicamento é contraindicado para uso por homens.
5. advertências e precauções
6. interações medicamentosas
Os medicamentos que produzem indução enzimática, especificamente indutores das enzimas do citocromo P450, tais como anticonvulsivantes (por ex., fenobarbital, fenitoína, carbamazepina) e agentes anti-infecciosos (por ex., rifampicina, rifabutina, nevirapina, efavirenz) podem afetar a ação dos estrógenos devido ao aumento do metabolismo destes. Ritonavir e nelfinavir, apesar de serem inibidores enzimáticos, exibem propriedades de indução enzimática quando administrados concomitantemente com hormônios esteroides.
Preparações herbais contendo erva de São João (Hypericum perforatum) podem induzir o metabolismo de estrógenos.
A estrogenoterapia administrada por via percutânea evita o efeito da primeira passagem hepática e, portanto, estrógenos administrados por via percutânea são menos afetados por administração concomitante com fármacos indutores enzimáticos do que quando administrados por via oral.
Clinicamente, o aumento do metabolismo de estrógenos e prostágenos podem levar à redução do efeito e alterações no perfil de sangramento uterino.
O uso concomitante com protetor solar pode afetar a absorção do medicamento. Não há restrições específicas quanto ao uso do ESTREVA®(estradiol hemi-hidratado) e ingestão concomitante de alimentos ou bebidas.
7. cuidados de armazenamento do medicamento
ESTREVA®(estradiol hemi-hidratado) apresenta prazo de validade de 36 meses a partir da data de fabricação, devendo ser conservado a temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C).
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamentos com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas: ESTREVA®é um gel translúcido e inodoro.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
8. posologia e modo de usar
Posologia
ESTREVA®(estradiol hemi-hidratado) é apresentado em frasco com bomba dosadora. Cada pressão na bomba libera 0,5 g de gel (equivalente a 0,5 mg de estradiol). A posologia média é de 1,5 g de gel por dia (três compressões). As doses e a duração do tratamento podem variar em função da necessidade da paciente, de uma eventual produção estrogênica residual e das particularidades farmacocinéticas individuais. A posologia será eventualmente readaptada após 2 ou 3 ciclos de tratamento, em função da sintomatologia clínica: diminuição da dose nos casos de manifestações hiperestrogênicas ou aumento da dose nos casos de manifestações de hipoestrogenismo. Em mulheres com útero intacto, é altamente recomendável à associação de um progestágeno oral de forma sequencial (12 a 14 dias) ou contínua (durante todo o mês).
Modo de usar
A aplicação do gel deverá ser feita pela própria paciente, sobre pele limpa, de preferência após o banho, pela manhã ou à noite, na região do abdômen, braços, antebraços, coxas e nádegas, com exceção das mamas e das mucosas. Não é necessário fazer massagem após a aplicação. O gel não mancha a roupa, mas é aconselhável deixar o gel secar por cerca de 1 a 2 minutos antes de se vestir. Observar atentamente as instruções de uso, descritas abaixo.
Instruções de uso
Retire a tampa. Segure a embalagem com uma das mãos, colocando a outra mão abaixo da bomba para recolher o gel. Pressione a bomba para obter cada dose. Ao iniciar a utilização de um frasco, poderão ser necessárias várias pressões na bomba para acionar o dispositivo que permite a liberação do gel. Entre cada movimento de pressão, deixe a bomba retornar à posição inicial. Vide figuras ilustrativas abaixo.
A aplicação do gel deve ser feita sobre uma extensa área de pele limpa, como: abdômen, braços, antebraços, coxas e nádegas. Aplicar preferencialmente após o banho, pela manhã ou à noite. Não é necessário fazer massagem após a aplicação. O gel não mancha as roupas, mas é recomendável esperar de1 a 2 minutos antes de se vestir. O gel não deve ser aplicado sobre as mamas ou sobre as mucosas. Lavar as mãos após a aplicação.
9. reações adversas
Incomuns (> 1/1.000; < 1/100)
Distúrbios do sistema reprodutivo e mamário
Metrorragia, hemorragia uterina, mastalgia, aumento da mama, alteração da sensibilidade mamária, secreção mamária, leucorreia
Neoplasma benigno de mama, alteração do fluxo menstruai, alteração do ectrópio cervical
Distúrbios gastrintestinais
Náusea, distensão abdominal
Vômito, dor abdominal
Distúrbios do sistema nervoso
Cefaleia
Vertigem, enxaqueca e ansiedade
Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conectivo
Sensação de peso, artralgia, câimbras nas pernas
Dor musculoesquelética
Distúrbios psiquiátricos
Depressão
Alteração na libido, distúrbios de humor
Distúrbios da pele e tecido subcutâneo
Alopecia
Prurido, melasma, hirsutismo, prurido, rash
Distúrbios vasculares
Tromboílebite, trombose venosa
Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino
Embolia pulmonar
Investigação
Alterações do peso (ganho ou perda), elevação de triglicérides
Distúrbios gerais e condições no local de administração
Edema periférico, fadiga, edema
Infecções e infestações
Vaginite, incluindo candidíase vaginal
Distúrbios do sistema imune
Hipersensibilidade
Distúrbios oculares
Intolerância e lentes de contato
Distúrbios hepatobiliares
Doença da vesícula biliar
No período pós-comercialização foram relatados casos de reações alérgicas e dermatite de contato no local de aplicação do medicamento.
A maior parte dos eventos adversos graves descritos a seguir, relativamente raros, foram essencialmente observados com o uso de estrógenos sintéticos (artificiais), administrados por via oral. No entanto, por medida de segurança, deve-se interromper o tratamento com ESTREVA®no caso do aparecimento de: problemas cardiovasculares e tromboembólicos, icterícia colestática, mastopatia benigna ou maligna, tumores malignos do útero, adenoma hepático e galactorreia. Sinais e sintomas de hiper ou hipoestrogenismo, que se manifestam como reações adversas menos graves e mais frequentes, normalmente não impedem a continuidade do tratamento, sendo suficiente a adaptação da posologia. Sinais de hipoestrogenismo: fogachos persistentes, cefaleia frequente, enxaqueca, sangramento intermenstrual (cuja origem deve ser investigada), ressecamento vaginal, irritação ocular por lentes de contato. Sinais de hiperestrogenismo: náuseas, mastalgia exacerbada, irritabilidade, sensação de peso nas pernas e exacerbação da secreção do muco cervical. Eventos ligados à superdose aguda ou crônica, como agravamento de crises epilépticas, podem ser observados com todas as formas ativas de administração estrogênica, inclusive com a via percutânea.
Risco de câncer de mama
Risco aumentado de até 2 vezes de câncer de mama diagnosticado é relatado em mulheres utilizando TRH combinada estrógeno-progestágeno por mais de 5 anos; O risco de câncer de mama em mulheres tratadas com TRH com estrógeno isolado é substancialmente menor do que o de mulheres tratadas com TRH combinada; O nível do risco é dependente da duração do uso (vide item “5. Advertências e Precauções”). Resultados do maior estudo clínico randomizado controlado por placebo (WHI) e do maiorestudo epidemiológico são apresentados abaixo.
Estudo Million Women - Risco adicional estimado de câncer de mama durante 5 anos de uso
Idade (anos) | Casos adicionais por 1.000 mulheres não tratadas com TRH durante 5 anos* | Razão de risco# | Casos adicionais por 1.000 mulheres tratadas com TRH durante 5 anos (95% Cl) |
TRH com estrógeno isolado | |||
50–65 | 9–12 | 1,2 | 1–2 (0–3) |
TRH combinada progestágeno-estrógeno | |||
50–65 | 9–12 | 1,7 | 6 (5–7) |
* Taxas de incidência basal em países desenvolvidos.
# Razão de risco geral. A razão de risco não é constante, mas aumenta com a prolongação do tempo de uso.
Nota: Considerando que a incidência basal de câncer de mama varia entre países, o número de casos adicionais de câncer de mama irá variar proporcionalmente.
Estudo US WHI - Risco adicional de câncer de mama durante 5 anos de uso
Idade (anos) | Incidência por 1.000 mulheres no braço placebo durante 5 anos | Razão de risco e 95% Cl | Casos adicionais por 1.000 mulheres tratadas com TRH durante 5 anos (95% CI) |
CEE* estrógeno isolado | |||
50–79 | 21 | 0,8 (0,7–1,0) | –4 (-6–0)1 |
| |||
50–79 | 17 | 1,2 (1,0–1,5) | +4 (0–9) |
* CEE: estrógeno equino conjugado. * * MPA: acetato de medroxiprogesterona. 1 Estudo WHI em mulheres sem útero, o que não mostrou aumentar o risco de câncer de mama. 2 Não foi demonstrado aumento do risco aparente quando a análise foi restrita a mulheres que não haviam realizado TRH antes do estudo durante os primeiros 5 anos de tratamento: após 5 anos o riscoera superior do que em mulheres não tratadas. |
Risco de câncer endometrial
Mulheres menopausadas com útero
O risco de câncer endometrial é de cerca de 5 em cada 1.000 mulheres com útero não tratadas com TRH. A TRH com estrógeno isolado em mulheres com útero não é recomendada devido ao aumento do risco de câncer endometrial (vide item “5. Advertências e Precauções”). Dependendo da duração da TRH com estrógeno isolado e da dose de estrógeno, o aumento do risco de câncer endometrial nos estudos epidemiológicos variou entre 5 e 55 casos adicionais diagnosticados em cada 1.000 mulheres com idade entre 50 e 65 anos.
A utilização de TRH combinada com progestágeno por ao menos 12 dias por ciclo pode prevenir este aumento do risco de câncer endometrial. No estudo Million Women o uso de TRH combinada (sequencial ou contínua) durante 5 anos não demonstrou aumento do risco de câncer endometrial (RR de 1,0 (0,8– 1,2)).
Risco de câncer de ovário
O uso por longo período de TRH com estrógeno isolado e TRH combinada estrógeno-progestágeno foi associado a ligeiro aumento do risco de câncer de ovário. No estudo Million Women o uso durante 5 anos de TRH resultou em 1 caso adicional em cada 2.500 mulheres.
Risco de tromboembolismo venoso
A TRH é associada a aumento de 1,3–3 vezes do risco relativo de desenvolvimento de tromboembolismo venoso (trombose venosa profunda e embolia pulmonar). A ocorrência deste evento é mais comum no primeiro ano de TRH (vide item “5. Advertências e Precauções”). Os resultados do estudo WHI são apresentados abaixo:
Estudo WHI - Risco adicional de tromboembolismo venoso durante 5 anos de uso
Idade (anos) | Incidência por 1.000 mulheres no braço placebo durante 5 anos | Razão de risco e 95% Cl | Casos adicionais por 1.000 mulheres tratadas com TRH durante 5 anos |
TRH com estrógeno isolado* | |||
50–59 | 7 | 1,2 (0,6–2,4) | 1 (-3–10) |
TRH combinada estrógeno-progestágeno | |||
50–59 | 4 | 2,3 (1,2–4,3) | 5(1–13) |
* Estudo em mulheres sem útero. |
Risco de doença arterial coronariana
O risco de doença arterial coronariana é ligeiramente aumentado em mulheres realizando TRH combinada estrógeno-progestágeno com idade superior a 60 anos (vide item “5. Advertências e Precauções”).
Risco de acidente vascular encefálico
O uso de TRH com estrógeno isolado e TRH combinada está associado com aumento de até 1,5 vezes do risco relativo de acidente vascular encefálico. O risco de acidente vascular encefálico hemorrágico não está aumentado durante a TRH.
O risco relativo não é dependente da idade ou da duração do tratamento, porém como o risco basal é muito dependente da idade, o risco geral de acidente vascular encefálico aumenta com a idade da paciente(vide item “5. Advertências e Precauções”).
Estudos WHI combinados – Risco adicional de acidente vascular encefálico* durante 5 anos de uso
Idade (anos) | Incidência por 1.000 mulheres no braço placebo durante 5 anos | Razão de risco e 95% Cl | Casos adicionais por 1.000 mulheres tratadas com TRH durante 5 anos |
TRH com estrógeno isolado* | |||
50–59 | 8 | 1,3 (1,1–1,6) | 3 (1–5) |
* Não foi realizada diferenciação entre acidente vascular encefálico isquêmico e hemorrágico. |
Precauções”).
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa