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SORO ANTIBOTULINICO E INSTITUTO BUTANTAN - bula do profissional da saúde

Dostupné balení:

Bula do profissional da saúde - SORO ANTIBOTULINICO E INSTITUTO BUTANTAN

soro antibotulínico Esoro antibotulínico E

INSTITUTO BUTANTAN A serviço da vida

Solução Injetável Frasco-ampola 20 mL

D IZERES D E T EXTO D E B ULA

soro antibotulínico E

imunoglobulina heteróloga contra toxina botulínica tipo E: 425 UI

APRESENTAÇÃO

Solução injetável.

Cada mL do soro neutraliza no mínimo 425 UI de toxina botulínica tipo E, no total de no mínimo 8.500 UI de toxina botulínica tipo E por frasco-ampola/ampola com 20 mL.

Cada cartucho contém 01 frasco-ampola/ampola com 20 mL de soro antibotulínico E.

O soro antibotulínico E é apresentado em frasco-ampola/ampola contendo 20 mL de solução injetável da fração F(ab')2 de imunoglobulinas específicas, purificadas, capazes de neutralizar no mínimo 425 UI de toxina produzidas pelo Clostridium botulinum tipo E (neutralização em camundongos). O soro antibotulínico E é produzido a partir do plasma de equinos hiperimunizados com anatoxina botulínica E.

A fração F(ab')2 de imunoglobulinas específicas é purificada por vários métodos físico-químicos e adicionada de fenol como conservante.

VIA DE ADMINISTRAÇÃO: INTRAVENOSA.

USO ADULTO E PEDIÁTRICO.

COMPOSIÇÃO

Cada frasco-ampola com 20 mL contém:

– fração F(ab')2 de imunoglobulinas heteróloga capazes de neutralizar 8.500 UI de toxina botulínica tipo E (Soroneutralização em camundongos)

– fenol até 70 mg (máximo)

– solução Fisiológica a 0,85% q.s.p. 20 mL

A serviço da vida

A serviço da vidaINFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

O soro antibotulínico E é o medicamento eficaz para a neutralização das toxinas secretadas pelos bacilos botulínicos (Clostridium botulinum tipo E ), sendo assim, o único produto indicado para a profilaxia e/ou tratamento do botulismo tipo E.

Ao ser administrado a ação do soro inicia-se imediatamente; as imunoglobulinas presentes no soro ligam-se especificamente às toxinas ainda não fixadas nas células dos tecidos eletivos, neutralizando-as. As doses da antitoxina E devem ser suficientemente elevadas, como recomendadas, para que sejam encontradas com relativo excesso no meio sanguíneo circulante, dentro de um período de tempo relativamente curto. Nestas condições, quanto mais precoce for à administração do soro maior é o seu potencial terapêutico. Estudos realizados demonstraram que, nesses pacientes que receberam a antitoxina nas primeiras 24 horas após o início dos sintomas, os resultados foram satisfatórios, inclusive com redução do período de hospitalização.

2. resultados de eficácia

Dada a natureza do soro antibotulínico E que é de origem equina (heteróloga) não há estudos clínicos de campo para a avaliação de eficácia, porém tanto em livros-textos como em artigos científicos não se encontram estudos ou experiências que permitam questionar a eficácia terapêutica do soro.

3. características farmacológicas

O quadro clínico do botulismo seja qual for sua forma de transmissão, é caracterizado por sinais e sintomas neurológicos resultantes do bloqueio das junções colinérgicas autonômicas e motoras voluntárias, induzido pela ação da toxina. O botulismo clássico é uma doença resultante da ação de uma potente toxina produzida por uma bactéria denominada Clostridium botulinum , bacilo anaeróbio, estritamente esporulado, nos tipos A, B, E em raras ocasiões, pelo tipo F. Habitualmente é adquirido pela ingestão de alimentos contaminados (embutidos e conservas em latas e vidros), de ocorrência súbita, caracterizada por manifestações neurológicas seletivas, de evolução dramática e elevada letalidade.

Os esporos estão distribuídos no solo, estando presentes com frequência em produtos agrícolas, inclusive no mel. Também se encontram em sedimentos marinhos e nas vias intestinais dos peixes.

O botulismo pode iniciar-se com vômitos e diarreia, mais comumente com constipação; debilidade; vertigem; sobrevindo logo em seguida, alterações da visão (visão turva, dupla, fotofobia); flacidez de pálpebras; modificações da voz (rouquidão, voz cochichada, afonia, ou fonação lenta); distúrbios da deglutição; flacidez muscular generalizada, acentuando-se na face, pescoço (cabeça pendente) e membros; dificuldade de movimentos; agitação psicomotora e outras alterações relacionadas com os nervos cranianos, podendo provocar dificuldades respiratórias e cardiovasculares, levando à morte por parada cardio-respiratória.

Os sintomas aparecem entre 2 horas à cerca de 5 dias, em período médio de 12 a 36 horas, dependendo da quantidade de toxina ingerida. É muito raro o aparecimento vários dias após a ingestão do alimento contaminado. Quanto mais toxina ingerida, mais curto o tempo entre a ingestão e o aparecimento da doença. Quanto menor o tempo de aparecimento da doença, maior a gravidade e a letalidade da doença. A toxina é uma exotoxina ativa (mais que a tetânica), de ação neurotrópica (ação no sistema nervoso), e a única que tem a característica de ser letal por ingestão, comportando-se como um verdadeiro veneno biológico. É letal na dose de 1/100 a 1/120 ng. Ao contrário do esporo, a toxina é termolábil, sendo destruída à temperatura de 65 a 80° C por 30 minutos ou a 100° C por 5 minutos. O soro antibotulínico E é o único tratamento eficaz para a neutralização das toxinas secretadas pelos bacilos botulínicos (Clostridium botulinum tipo E).

As imunoglobulinas específicas contidas no soro ligam-se especificamente às toxinas ainda não fixadas nas células dos tecidos eletivos, neutralizando-as.

A dose da antitoxina E deve ser suficientemente elevada, como recomendada, para que seja encontrada com relativo excesso no meio sanguíneo circulante dentro de um período de tempo relativamente curto. Nestas condições, quanto mais precoce for à administração do soro maior é o seu potencial terapêutico. Em pacientes que receberam a antitoxina específica nas primeiras 24 horas após o início dos sintomas, os resultados foram mais satisfatórios, inclusive com redução do período de hospitalização.

4. contraindicações

As contraindicações praticamente não existem, mas nos pacientes com antecedentes alérgicos ou de sensibilidade a soros de origem equina, a aplicação do soro antibotulínico E deverá ser feita em condições de estrita observação médica.

NOTAS:

– O soro antibotulínico E não é contraindicado na gravidez, mas o médico deve ser informado sobre essa condição;

– Alimentação prévia e/ou ingestão de bebidas não contraindicam o emprego do soro antibotulínico E, mas impõe cuidado mais rigoroso desses pacientes pelo risco de complicações relacionadas a vômitos (aspiração).

5. advertências e precauções

O soro antibotulínico E deve ser aplicado sob supervisão médica, por via intramuscular.

Conservar o soro antibotulínico E sob refrigeração entre +2°C E +8°C; NÃO CONGELAR.

Uma vez aberto o frasco-ampola, o soro antibotulínico E deve ser usado imediatamente.

O uso do soro antibotulínico E não é contraindicado na gravidez, mas essa condição deve ser monitorada.

Não utilizar o soro antibotulínico E após o término do prazo de validade.

NOTAS:

– O sucesso da soroterapia no tratamento de intoxicações por toxinas botulínicas está diretamente relacionado com a aplicação das doses corretas o mais precocemente possível após o início dos sintomas, requerendo assim, um diagnóstico rápido;

– As doses indicadas são as mesmas para idosos, adultos ou crianças. Quanto a grupos de risco, são considerados os pacientes com antecedentes alérgicos ou sensíveis a soros de origem equina (Ver Reações Adversas);

– A interrupção do tratamento somente deverá ser efetuada com orientação médica.

6. interações medicamentosas

Nenhuma medicação concomitante constituirá contraindicação para o uso do soro antibotulínico E, porém, todo medicamento que esteja sendo utilizado pelo paciente deverá ser informado ao médico.

7. cuidados de armazenamento do medicamento

O soro antibotulínico E deve ser armazenado e transportado sob refrigeração à temperatura entre +2°C e +8°C. Não deve ser colocado em congelador ou “freezer”; o congelamento é estritamente contraindicado.

Depois de aberto este medicamento deve ser utilizado imediatamente. Não utilizar após o vencimento.

PRAZO DE VALIDADE

O prazo de validade do soro antibotulínico E é de 24 meses a partir da data de fabricação, desde que mantido sob refrigeração à temperatura entre +2°C a +8°C, conforme está indicado na embalagem e deve ser respeitado rigorosamente.

Número de lote e data de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.

Para sua segurança, mantenha o medicamento na embalagem original.

ASPECTO FÍSICO:

O soro antibotulínico E é uma solução límpida e transparente ou a levemente opalescente. Não deve ser usado se houver turvação ou presença de precipitado.

CARACTERISTICAS ORGANOLÉPTICAS:

Vide “Aspecto Físico”.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento dever ser mantido fora do alcance das crianças.

8. posologia e modo de usar

Profilaxia do botulismo tipo E: para pacientes que ingeriram alimentos suspeitos de contaminação por toxina botulínica do tipo E: aplicar 1600 a 8500 UI da antitoxina, de acordo com, se possível, uma avaliação da quantidade de alimento ingerido. A via de aplicação da antitoxina é a intravenosa, após diluída a 1:10 em soro fisiológico. A necessidade de aplicação de uma segunda dose é avaliada pelo aparecimento de sinais ou sintomas da doença.

Tratamento do botulismo tipo E : aplicar 8.500 UI da antitoxina por via intravenosa, diluída a 1:10 em soro fisiológico. A solução de antitoxina deve ser aplicada lentamente e sempre sob estrita vigilância médica e de enfermagem. A necessidade de administração de doses adicionais, relativa às recomendadas, deverá ser avaliada com a evolução do quadro clínico.

Terapias de suporte (não específicas) deverão ser recomendadas a critério médico.

Continuar o tratamento até o desaparecimento dos sintomas. Em casos mais graves (midríase, ptose palpebral e disfagia) transportar o paciente para um centro que disponha de equipamentos para respiração artificial a fim de se evitar a síncope respiratória.

9. reações adversas

9. reações adversas

Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Os sinais e sintomas mais frequentes são decorrentes de reações anafiláticas e/ou anafilactóides que podem ocorrer quando da administração do soro heterólogo, em indivíduos previamente sensibilizados por um dos componentes do soro. São consideradas reações precoces ou imediatas.

As reações anafiláticas são mediadas por IgE, sendo consideradas reações precoces. Já as reações anafilactóides, como o nome diz, são semelhantes às reações anafiláticas, porém, não são mediadas por IgE. A sua fisiopatologia não está bem estabelecida, admite-se que a proteína heteróloga poderia

determinar a formação de agregados proteicos ou imunocomplexos, ativando o sistema complemento. A ativação do sistema complemento levaria a formação de anafilatoxinas, que por sua vez, poderiam determinar a liberação direta de mediadores químicos dos mastócitos e basófilos, principalmente a histamina.

O quadro clínico é idêntico para qualquer um dos mecanismos mencionados. Ocorre habitualmente nas primeiras duas horas, e geralmente nos primeiros 30 minutos após a exposição. Costuma ter início com uma sensação de prurido pelo corpo, pápulas ou placas urticariformes, rubor facial, congestão nasal e/ou conjuntival, estridor laríngeo, tosse seca, náuseas, vômitos e cólicas abdominais.

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

A administração do soro, assim como a de qualquer outro medicamento, pode provocar reações locais precoces de caráter benigno como dor, edema, hiperemia e equimose.

A Doença do Soro, também é conhecida como uma “Reação Tardia”, ocorrendo 5 a 21 dias após a aplicação do soro de origem heteróloga. A reação é caracterizada inicialmente com febrícula, exantema urticariforme, máculas-pápulas eritematosas e pruriginosas de diferentes tamanhos e distribuição irregular. Alguns pacientes apresentam edema localizado ou generalizado. O componente articular às vezes exuberantes, geralmente atinge as grandes articulações onde aparecem edemas sem rubor, dor espontânea e à pressão. É uma artrite serosa que pode ser mono ou poliarticular. O componente linfoganglionar se apresenta com infartamento e inflamações que produzem adenopatias generalizadas de distinta intensidade em toda a cadeia ganglionar. Os gânglios são palpáveis, móveis e dolorosos. O estado geral do paciente é bom, comumente com dor articular e dificuldade de movimentação. Normalmente evoluem para a cura sem sequelas. Raramente podem ocorrer ainda vasculite e nefrite. Dependendo da intensidade das manifestações clínicas, pode-se utilizar como forma de tratamento um corticosteróide, como a prednisona, na dose de 1 mg / Kg dia (máximo 60 mg) por 5 a 7 dias.

Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Não descrito na literatura.

Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): Não descrito na literatura.

Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento):

As reações precoces, anafiláticas ou anafilactóides, podem raramente evoluir para quadros graves, com palidez, dispnéia, edema de glote, sibilos, laringoespamos hipotensão arterial e perda da consciência. Ao exame clínico mostra uma diminuição gradativa da pressão arterial até o choque anafilático. Evolui com vasodilatação periférica progressiva que agrava a hipotensão e podem ocorrer convulsões, falha circulatória e anóxia.

Prevenção das Reações: Solicitar informações ao paciente quanto ao uso anterior de soro heterólogo (antitetânico, antidiftérico, antirrábico ou antiofídico) e problemas alérgicos de naturezas diversas. Não há consenso sobre a pré-medicação com bloqueadores dos receptores da histamina. Porém, face às afirmações positivas, é facultado ao médico a administração de anti-histamínicos (antagonistas H1 e H2) e corticosteroides com 15 minutos de antecedência da dose de soro recomendada. O teste de sensibilidade tem sido abandonado na rotina de tratamento com soros heterólogos, pois não tem se mostrado eficiente para detectar a sensibilidade do paciente, podendo desencadear reações, por si mesmo. O tempo gasto na execução retarda a aplicação da soroterapia.
A serviço da vidaA serviço da vidaTratamento das reações precoces:

Instalada a reação, interromper a soroterapia temporariamente e iniciar o seu tratamento. No caso de urticária generalizada, crise asmatiforme, edema de glote e choque deve-se proceder a administração imediata de adrenalina aquosa 1:1.000, via subcutânea ou-intramuscular (IM), na dose de 0,3 mL a 0,5 mL em adultos e 0,01 mL/kg em crianças, podendo ser repetida a cada 5 minutos ou 10 minutos conforme a necessidade. Na presença de crise asmatiforme, recomenda-se ainda a utilização de broncodilatadores inalatórios ou aminofilina por via parenteral. Os corticosteroides e anti-histamínicos exercem papel secundário no controle dessas reações, podendo também ser utilizados. Após a remissão do quadro de hipersensibilidade, reinstituir a soroterapia.

Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.

10. superdose

10. superdose

Não existem informações de casos e/ou consequências da aplicação de superdoses do soro antibotulínico E.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 7226001, se você precisar de mais orientações.
INSTITUTO BUTANTAN
A serviço da vidaA serviço da vidaDIZERES LEGAIS:

Número de Registro no M.S.: 1.2234.0037

Farmacêutico Responsável:

Dr. Lucas L. de M. e Silva

CRF-SP n° 61.318

Registrado e Fabricado por: INSTITUTO BUTANTAN

Av. Dr. Vital Brasil, 1500, Butantã

CEP: 05503–900 – São Paulo/SP

CNPJ: 61.821.344/0001–56

Indústria Brasileira

Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC): 0800 701 2850

e-mail:

Uso sob prescrição médica.

Proibida venda ao comércio.

Esta bula foi aprovada pela ANVISA em 23/04/2021.
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