O ácido obeticólico é um medicamento utilizado no tratamento de doenças hepáticas, como a colangite biliar primária (CBP). Ele pertence ao grupo ATC A05AA04 e age como um agonista do receptor farnesóide X (FXR), que está presente em células hepáticas e intestinais.
A CBP é uma doença autoimune que afeta principalmente mulheres acima de 40 anos. Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca as células dos ductos biliares, levando à inflamação e cicatrização. Com o tempo, isso pode levar à cirrose hepática e outras complicações graves.
Estudos clínicos têm demonstrado que o ácido obeticólico pode melhorar a função hepática em pacientes com CBP. Em um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, 47% dos pacientes tratados com ácido obeticólico apresentaram melhora significativa na função hepática após 12 meses de tratamento, em comparação com apenas 10% dos pacientes no grupo placebo.
Além disso, o ácido obeticólico também pode reduzir os níveis de colesterol LDL (o "mau" colesterol) em pacientes com CBP e hipercolesterolemia concomitante. Em um estudo clínico de fase IIb, os pacientes tratados com ácido obeticólico apresentaram uma redução média de 17% nos níveis de colesterol LDL após 24 semanas de tratamento.
No Brasil, a prevalência da CBP é estimada em cerca de 1 caso para cada 10 mil habitantes. Embora seja uma doença rara, ela pode ter consequências graves para a saúde dos pacientes. O ácido obeticólico é uma opção terapêutica importante para esses pacientes, especialmente aqueles que não respondem ao tratamento convencional com ácido ursodesoxicólico.
No entanto, é importante ressaltar que o ácido obeticólico pode causar efeitos colaterais, como prurido (coceira), fadiga e diarreia. Por isso, é fundamental que os pacientes sejam monitorados de perto durante o tratamento.
Em resumo, o ácido obeticólico é um medicamento eficaz no tratamento da colangite biliar primária. Ele age como um agonista do receptor FXR e pode melhorar a função hepática e reduzir os níveis de colesterol LDL em pacientes com CBP. Embora possa causar efeitos colaterais, ele representa uma opção terapêutica importante para esses pacientes.