Bula do profissional da saúde - ELONVA ORGANON FARMACÊUTICA LTDA.
3. características farmacológicas
A alfacorifolitropina é uma glicoproteína produzida nas células de ovário de hamster chinês por tecnologia recombinante de DNA, utilizando um meio de cultura definido quimicamente sem adição de antibióticos, proteínas de origem animal ou humana (livre de proteínas) ou quaisquer outros componentes de origem animal ou humana.
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: hormônios sexuais e moduladores do sistema reprodutor, gonadotropinas.
Código ATC: G03GA09
A alfacorifolitropina é designada como um estimulante folicular sustentado, com o mesmo perfil farmacodinâmico do hormônio folículo-estimulante recombinante (rec)FSH, mas com uma duração da atividade do FSH acentuadamente prolongada. Devido à sua capacidade de iniciar e manter o crescimento folicular múltiplo durante uma semana inteira, uma única injeção subcutânea da dose recomendada de ELONVA® pode substituir as primeiras sete injeções de qualquer preparação de uso diário de (rec)FSH em um ciclo de tratamento de Estimulação Ovariana Controlada (EOC). A longa duração da ação do FSH foi atingida pela adição de um peptídeo carboxi-terminal da subunidade beta da gonadotropina coriônica humana (hCG) à cadeia beta do FSH humano. A alfacorifolitropina não possui atividade intrínseca do LH/hCG.
Propriedades farmacocinéticas
Parâmetros farmacocinéticos da alfacorifolitropina foram avaliados após administração subcutânea em mulheres submetidas ao ciclo de tratamento EOC.
Devido à longa meia vida de eliminação, após a administração da dose recomendada, as concentrações séricas da alfacorifolitropina são suficientes para manter o crescimento folicular múltiplo sustentado durante uma semana inteira. Portanto, uma única injeção subcutânea de ELONVA® pode ser usada como alternativa às primeiras sete injeções diárias de (rec)FSH na EOC para o desenvolvimento de múltiplos folículos e gravidez em programa de Tecnologia em Reprodução Assistida (TRA) (ver item “8. POSOLOGIA E MODO DE USAR”).
O peso corporal é um determinante da exposição à alfacorifolitropina. A exposição média de alfacorifolitropina (AUC) após uma injeção subcutânea única é de 665 horas*ng/mL (426 – 1.037 horas*ng/mL1) e é semelhante após a administração de 100 mcg de alfacorifolitropina em mulheres com peso corporal menor ou igual a 60 kg e de 150 mcg de alfacorifolitropina em mulheres com peso corporal acima de 60 kg.
Absorção
Após a injeção subcutânea única de ELONVA®, as concentrações séricas máximas (Cmax) média da alfacorifolitropina são de 4,24 ng/mL (2,49–7,21 ng/mL1) e são atingidas na média Tmax de 44 horas (35 a 57 horas1) após a dose. A biodisponibilidade absoluta é de 58% (48 a 70%1).
Distribuição
A distribuição, metabolismo e eliminação da alfacorifolitropina são muito semelhantes aos de outras gonadotropinas, tais como o FSH, hCG e LH. Após a absorção para o sangue, a alfacorifolitropina se distribui principalmente aos ovários e rins. A eliminação ocorre predominantemente através dos rins. O volume de distribuição no estado estacionário é de 9,2 L (6,5 – 13,1 L1). A exposição à alfacorifolitropina aumenta proporcionalmente com a dose dentro do intervalo de 60 mcg a 240 mcg.
Eliminação
A alfacorifolitropina apresenta meia vida (t1\2) de eliminação de 70 horas (59–82 horas1) e clearance de 0,13 L/h (0,10 – 0,18 L/h1). A eliminação da alfacorifolitropina ocorre predominantemente através dos rins, e a taxa de eliminação pode ser reduzida em pacientes com insuficiência renal (ver item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”). O metabolismo hepático contribui em menor extensão para a eliminação da alfacorifolitropina.
1 Variação prevista em 90% das pacientes.
Outras populações especiais
Insuficiência hepática
Apesar de não estarem disponíveis dados de pacientes comprometidos hepaticamente, é improvável que a insuficiência hepática afete o perfil farmacocinético da alfacorifolitropina.
Dados de segurança pré-clínicos
Os dados pré-clínicos não evidenciaram perigo especial para humanos, com base nos estudos convencionais de toxicidade de dose única e repetidas, bem como de farmacologia de segurança.
Os estudos de toxicologia reprodutiva em ratos e coelhos indicaram que a alfacorifolitropina não afeta adversamente a fertilidade. A administração da alfacorifolitropina em ratos e coelhos antes e logo após o acasalamento e durante o início da gravidez, resultou em embriotoxicidade. Em coelhos, quando administrado anteriormente ao acasalamento, foi observada teratogenicidade.
Ambas embriotoxicidade e teratogenicidade são consideradas uma consequência do estado superovulatório do animal, não capaz de suportar um número de embriões acima de um teto fisiológico. A relevância destes achados para o uso clínico de ELONVA® é limitada.
4. contraindicações
5. advertências e precauções
6. interações medicamentosas
Não foram realizados estudos de interação entre ELONVA® e outros medicamentos. Considerando que a alfacorifolitropina não é um substrato das enzimas do citocromo P450, não são previstas interações metabólicas com outros medicamentos.
ELONVA® pode causar um resultado falso positivo no teste de gravidez por hCG se o teste for administrado durante a fase de estimulação ovariana do ciclo de TRA. Isto pode ocorrer devido à reatividade cruzada de alguns testes de gravidez por hCG com o peptídeo carboxi-terminal da subunidade beta de ELONVA®.
7. cuidados de armazenamento do medicamento
ELONVA® deve ser armazenado em sua embalagem intacta sob refrigeração (entre 2 e 8°C). Proteger da luz. Não congelar. O produto pode ficar em temperatura de até 30°C e protegido da luz, em sua embalagem original intacta, por até 30 dias. Nesse caso, anote no cartucho a data em que o produto começou a ficar fora do refrigerador e aplique a injeção dentro do período máximo de 30 dias.
O prazo de validade do medicamento é de 36 meses a partir da data de fabricação.
A data de validade refere-se ao último dia do mês indicado.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Depois de retirada da embalagem, a seringa deve ser montada e utilizada imediatamente.
Seringas vazias ou não utilizadas não devem ser descartadas no lixo caseiro nem na água usada. Essas medidas auxiliarão na proteção do meio ambiente.
ELONVA® é fornecido em seringas preenchidas travadas de 1 mL (vidro hidrolítico tipo 1), fechadas com um êmbolo de elastômero de bromobutila e uma tampa na extremidade. A seringa é equipada com um sistema automático de segurança para prevenir danos com a ponta da agulha após o uso, e é embalada junto com uma agulha estéril para injeção. Cada seringa preenchida contém 0,5 mL de solução para injeção.
Uma seringa preenchida é fornecida em embalagens de uso único.
ELONVA® é uma solução para injeção límpida e incolor.
Não use ELONVA® se a solução não estiver límpida ou se a seringa ou agulha estiver danificada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
8. posologia e modo de usar
O tratamento com ELONVA® deve ser iniciado sob supervisão de um médico com experiência no tratamento de problemas de fertilidade.
Método de administração
A injeção subcutânea de ELONVA® deve ser aplicada pela própria mulher ou pelo seu parceiro, desde que instruções apropriadas tenham sido dadas pelo médico. A auto-administração de ELONVA® deve ser realizada apenas por mulheres que estão muito motivadas, adequadamente treinadas e com acesso a aconselhamento de especialistas.
Na ausência de estudos de compatibilidade, o medicamento não deve ser misturado com outros medicamentos.
Componentes da seringa com agulha de ELONVA®
Preparando a injeção
1.
Lave as mãos com sabão e água e seque-as antes de usar ELONVA®. Limpe o local da injeção (a área logo abaixo do umbigo) com algodão embebido em antisséptico (por exemplo, álcool), para eliminar qualquer bactéria na superfície. Limpar cerca de 5 cm em torno do ponto de aplicação e deixar o antisséptico secar por pelo menos um minuto antes da administração.2.
Enquanto aguarda o antisséptico secar, retire a tampa da agulha rompendo a etiqueta no local indicado por perfuração. Mantenha o protetor da agulha sobre a agulha. Coloque o protetor da agulha (contendo a agulha) sobre uma superfície seca e limpa, enquanto prepara a seringa.3.
Segure a seringa com a tampa cinza para cima. Com seu dedo, bata delicadamente na seringa para ajudar a deslocar as bolhas de ar para a parte superior da seringa.4.
Mantenha a seringa em posição vertical, apontando para cima. Desenrosque a tampa da seringa no sentido indicado na figura.5.
Mantenha a seringa em posição vertical, apontando para cima. Adapte o protetor de agulha (contendo a agulha) girando no sentido indicado na figura.6.
Mantenha a seringa na posição vertical, apontando para cima. Retire o protetor da agulha puxando-o para cima e jogue-o fora. TENHA CUIDADO com a agulha.Modo de aplicar a injeção
7.
Segure a seringa entre os dedos indicador e médio na posição vertical. Coloque seu polegar na base do êmbolo. Cuidadosamente empurre o êmbolo para cima até que uma fina gota apareça na ponta da agulha.8.
Com a outra mão faça uma prega na pele entre os dedos polegar e indicador. Insira toda a agulha com um ângulo de 90 graus na dobra da pele. CUIDADOSAMENTE pressione o êmbolo até que ele não possa maisser forçado e empurre-o para baixo.
CONTE ATÉ CINCO para garantir que toda a solução tenha sido injetada.9.
Tire seu polegar do êmbolo. A agulha será automaticamente retirada para dentro da seringa onde ficará permanentemente.Posologia
No tratamento de mulheres em idade reprodutiva, a dose de ELONVA® é baseada no peso e na idade.
– Uma dose única de 100 microgramas é recomendada em mulheres que pesam 60 kg ou menos e que têm 36 anos de idade ou menos.
– Uma dose única de 150 microgramas é recomendada em mulheres:
– que pesam mais de 60 kg, independente da idade.
– que pesam 50 kg ou mais e que têm mais de 36 anos de idade.
Mulheres com mais de 36 anos e que pesam menos de 50 kg não foram estudadas.
Peso corporal | ||||
Menos que 50 kg | 50 – 60 kg | Mais que 60 kg | ||
Idade | 36 anos ou menos | 100 microgramas | 100 microgramas | 150 microgramas |
Mais que 36 anos | Não estudado. | 150 microgramas | 150 microgramas |
As doses recomendadas de ELONVA® foram estabelecidas apenas para um esquema de tratamento com antagonista de GnRH administrado a partir do dia 5 ou 6 de estimulação (ver itens “1. INDICAÇÕES”, “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES” e “2. RESULTADOS DE EFICÁCIA”).
Dia 1 de estimulação :
ELONVA® deve ser administrado como injeção única por via subcutânea, preferivelmente na parede abdominal, durante a fase folicular inicial do ciclo menstrual.
Dia 5 ou 6 de estimulação :
O tratamento com antagonista do Hormônio Liberador de Gonadotropina (GnRH) deve ser iniciado no 5° ou 6° dia de estimulação dependendo da resposta ovariana, ou seja, do número e tamanho de folículos em crescimento. A determinação simultânea das concentrações séricas de estradiol também é útil. O antagonista de GnRH é usado para impedir oscilações prematuras das concentrações de hormônio luteinizante (LH).
Dia 8 de estimulação:
Sete dias após a injeção com ELONVA® realizada no dia 1 de estimulação, o tratamento da estimulação ovariana controlada pode ser continuado com injeções diárias de hormônio folículo estimulante (recombinante) – (rec)FSH até que tenha sido atingido o critério para desencadeamento final de maturação de oócitos (3 folículos > 17 mm). A dose diária de (rec)FSH pode depender da resposta ovariana, a qual deve ser monitorada por avaliações ultrassonográficas regulares a partir do 5° ou 6° dia de estimulação. Em respondedoras normais, recomenda-se a dose diária de 150 UI de (rec)FSH.
A administração de (rec)FSH no dia da administração de gonadotropina coriônica humana (hCG) pode ser omitida, dependendo da resposta ovariana. Em geral, o desenvolvimento folicular adequado é atingido em média no 9° dia do tratamento (variação de 6 a 18 dias).
Tão logo sejam observados três folículos > 17 mm, uma injeção única de 5.000 até 10.000 UI de hCG urinário é administrada no mesmo dia ou no dia subsequente à indução final de maturação de oócitos. No caso de uma resposta ovariana excessiva, veja recomendações dadas no item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES” para reduzir o risco de desenvolvimento de síndrome de hiperestimulação ovariana (SHEO).
9. reações adversas
Os eventos adversos relatados mais frequentemente durante os estudos clínicos com ELONVA® (N=2.397) são desconforto pélvico (6,0%), síndrome de hiperestimulação ovariana (4,3%, ver também item "5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”), cefaleia (4,0%), dor pélvica (2,9%), náusea (2,3%), fadiga (1,5%) e sensibilidade mamária (1,3%).
A tabela a seguir mostra as principais reações adversas ao medicamento em mulheres tratadas com ELONVA® em estudos clínicos de acordo com a classificação por sistema de órgãos e frequência; comum (> 1%, < 10%), incomum (> 0,1%, < 1%).
Classificação por sistema de órgãos | Frequência | Reação adversa |
Distúrbios psiquiátricos | Incomum | Mudanças de humor |
Distúrbios do sistema nervoso | Comum Incomum | Cefaleia Tontura |
Distúrbios vasculares | Incomum | Fogacho |
Distúrbios do sistema gastrintestinal | Comum Incomum | Náusea Distensão abdominal, vômito, diarreia, constipação |
Distúrbios do tecido musculoesqueléticos e conectivo | Incomum | Dor nas costas |
Gravidez, puerpério e condições perinatais | Incomum | Abortamento espontâneo |
Distúrbios do sistema reprodutor e das mamas | Comum Incomum | SHEO, dor pélvica, desconforto pélvico, sensibilidade mamária Torção ovariana, dor nos anexos uterinos, ovulação precoce, dor mamária |
Distúrbios gerais e condições do local de administração | Comum Incomum | Fadiga Hematoma no local da injeção, dor no local da injeção, irritabilidade |
Investigações laboratoriais | Incomum | Aumento de alanina aminotransferase, aumento de aspartato aminotransferase |
Lesões, intoxicação e complicações do procedimento | Incomum | Dor do procedimento |
Há relatos pós-comercialização de reações de hipersensibilidade, tanto locais como generalizadas, incluindo erupção cutânea.
Além disso, foram relatados casos de gravidez ectópica e gestações múltiplas, considerados como relacionados à TRA ou à subsequente gravidez.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.