Bula do profissional da saúde - DURATESTON ASPEN PHARMA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
propionato de testosterona + fempropionato de testosterona + isocaproato de testosterona + decanoato de testosterona
APRESENTAÇÕES
DURATESTON® solução injetável de 250 mg/mL em embalagem com 1 ampola com 1 mL de solução injetável.
COMPOSIÇÃO
DURATESTON® 250 mg/mL:
Excipientes: álcool benzílico e óleo de amendoim.
A quantidade total de testosterona por mL é de 176 mg.
DURATESTON® é indicado no tratamento de reposição de testosterona em homens portadores de condições associadas com hipogonadismo primário e secundário (tanto congênito quanto adquirido), quando houver confirmação de deficiência de testosterona por características clínicas e testes bioquímicos.
2. resultados de eficácia
Foram realizados estudos dos efeitos de DURATESTON® sobre a masculinização e funcionamento sexual, nos quais foi demonstrado que em homens com hipogonadismo, o tratamento de reposição de testosterona estimula o comportamento sexual; assim, foi demonstrado que o medicamento proporciona melhora das ereções, das ejaculações noturnas, do desenvolvimento genital e da sensação de bem-estar específico e geral em homens com hipogonadismo.1,2,3,4,5,6 Em homens que apresentam níveis basais de testosterona abaixo de 12 nmol/L, a meta-análise dos estudos publicados nos últimos 30 anos mostrou que o tratamento de reposição de testosterona melhorou o número de ereções noturnas, pensamentos e motivação sexual, número de relações sexuais bem sucedidas, os escores de função erétil e a satisfação sexual global.7
Os efeitos benéficos de preparações androgênicas, tais como DURATESTON®, sobre a densidade mineral óssea estão bem estabelecidos no contexto do hipogonadismo masculino. Foram observados aumentos da densidade mineral óssea de 5% em um estudo em 23 homens
eugonadais com osteoporose estabelecida e fraturas vertebrais, nos quais DURATESTON® foi administrado a cada duas semanas, durante 6 meses8 e, também, em 15 pacientes asmáticos dependentes de corticoterapia nos quais a testosterona ou placebo foram administrados de modo duplo-cego cruzado, durante 12 meses.9 Em outro estudo controlado com placebo, em 18 homens recebendo tratamento diário com prednisona, DURATESTON® foi administrado durante 12 meses resultando em um aumento médio significativo da densidade mineral óssea de 4,7% em comparação com ausência de alteração no grupo tratado com placebo (16 pacientes).10
Referências bibliográficas:
1. Kicovic PM. Study on the effects of Sustanon 250 on plasma testosterone, 5-alfa-dihidrotestosterone, 17 beta-estradiol, FSH and LH levels and clinical symptomatology in hypogonadal male patients. Study Report dated March 29, 1983. Data on file Organon.
2. Conway AJ., Boylan LM., Howe C., et al. Randomized clinical trial of testosterone replacement therapy in hypogonadal men. Int J Androl 1988;11:247–264.
3. Cantril JA., Dewis P., Large DM, Newman M., Anderson DC. Which testosterone replacement therapy? Clin Endocrinol; 1984;21:97–107.
4. Nicholls DP., Anderson DC. Clinical aspects of androgen deficiency in men. Andrologia; 1982;14:379–388.
5. van Basten JP., van Driel MF., Jonker-Pool G., et al. Sexual functioning in testosterone-supplemented patients treated for bilateral testicular cancer. Br J Urol; 1997;79:461–476.
6. Conway AJ., Handelsman DJ., Lording DW., et al. Use, misuse and abuse of androgens. The Endocrine Society of Australia Consensus Guidelines for Androgen Prescribing. MJA 2000;172:220–224.
7. Isidori AM., Giannetta E., Gianfrilli D., et al. Effects of testosterone on sexual function in men: results of a metaanalysis. Clin Endocrinol; 2005;63:381–394.
8. Anderson FH., Francis RM., Faulkner K. Androgen supplementation in eugonadal men with osteoporosis – Effects of 6 months of treatment on bone mineral density and cardiovascular risk factors. Bone; 1995;18:171–177.
9. Reid IR., Wattie DJ., Evans MC., Stapleton JP. Testosterone therapy in glucocorticoid-treated men. Arch Inter Med. 1996;156:1173–1177.
10. Crawford BAL., Liu PY., Kean MT., et al., Randomized placebo-controlled trial of androgen effects on muscle and bone in men requiring long-term systemic glucocorticoid treatment. J Clin Endocrinol Metab. 2003;88:3167–3176.
3. características farmacológicas
3. características farmacológicasGrupo farmacoterapêutico: androgênios.
O tratamento de homens portadores de hipogonadismo com DURATESTON® resulta em um aumento clinicamente significativo das concentrações plasmáticas de testosterona, di-hidrotestosterona, estradiol e androstenediona, bem como em diminuição da SHBG (globulina transportadora de hormônios sexuais). Os hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) são normalizados.
Em homens com hipogonadismo, o tratamento com DURATESTON® resulta em uma melhora dos sintomas de deficiência de testosterona. Além disso, o tratamento aumenta a densidade mineral óssea e a massa corporal magra, e reduz a massa corporal de gordura. O tratamento também melhora a função sexual, incluindo a libido e a função erétil. O tratamento diminui o colesterol LDL e HDL e os triglicérides séricos, aumenta a hemoglobina e o hematócrito, enquanto não foram relatadas alterações clinicamente relevantes nos níveis das enzimas hepáticas e no PSA. O tratamento pode resultar em um aumento do tamanho da próstata, mas
não foram observados efeitos adversos sobre os sintomas prostáticos. Em pacientes diabéticos com hipogonadismo, foi relatada melhora na sensibilidade à insulina e/ou redução da glicemia com o uso de androgênios. Em meninos com atraso constitucional do crescimento e da puberdade, o tratamento com androgênios acelera o crescimento e induz o desenvolvimento das características sexuais secundárias. Em pacientes transexuais femininos-para-masculinos, o tratamento com androgênios/DURATESTON® induz a masculinização.
DURATESTON® contém quatro ésteres de testosterona com diferentes durações de ação, que são hidrolisados no hormônio natural testosterona assim que entram na circulação.
Absorção: uma dose única de DURATESTON® leva a um aumento da testosterona plasmática total com níveis máximos de aproximadamente 70 nmol/L (Cmáx), atingidos em aproximadamente 24 a 48 h (tmáx) após a administração. Os níveis plasmáticos de testosterona retornam ao limite do nível inferior de normalidade em homens, dentro de aproximadamente 21 dias.
Distribuição: a testosterona apresenta ligação não específica elevada (mais de 97%) às proteínas plasmáticas e à globulina transportadora de hormônio sexual nos testes in vitro.
Biotransformação: a testosterona é metabolizada em di-hidrotestosterona e estradiol, que são posteriormente metabolizados pelas vias normais de biotransformação.
Eliminação: a excreção é realizada principalmente na urina sob a forma de conjugados de etiocolanolona e androsterona.
Os dados pré-clínicos em geral não revelaram riscos para humanos. O uso de androgênios em diferentes espécies demonstrou resultar em virilização dos genitais externos femininos em fetos.
4. contraindicações
4. contraindicaçõesEste medicamento é contraindicado para uso por pacientes com:
– presença ou suspeita de carcinoma prostático ou mamário;
– hipersensibilidade às substâncias ativas ou a quaisquer dos excipientes presentes na fórmula do produto, incluindo o óleo de amendoim. DURATESTON® é, portanto, contraindicado em pacientes alérgicos ao amendoim ou à soja (veja o item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
DURATESTON® contém álcool benzílico em sua fórmula e, portanto, não deve ser administrado a crianças com menos de 3 anos de idade.
Gravidez, lactação e fertilidade
Categoria X.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.
DURATESTON® não está indicado para o tratamento de mulheres e, portanto, não deve ser usado por mulheres grávidas ou lactantes. Em caso de utilização de DURATESTON® durante a gravidez, há risco de virilização do feto.
Em homens, o tratamento com androgênios pode acarretar problemas por repressão da formação de esperma.
Este medicamento é contraindicado para uso por mulheres que estejam amamentando. Não há informações adequadas sobre o uso de DURATESTON® durante a lactação, portanto, o produto não deve ser administrado durante esse período.
5. advertências e precauções
5. advertências e precauçõesExames médicos:
Os níveis de testosterona devem ser monitorados no início e em intervalos regulares durante o tratamento. Os médicos devem ajustar a dose individual para garantir a manutenção dos níveis de testosterona eugonadal.
A monitoração dos pacientes deve ser considerada pelo médico antes de iniciar o tratamento com DURATESTON®, em intervalos trimestrais durante os primeiros 12 meses de tratamento e anualmente após o período de 1 ano, com relação aos seguintes parâmetros:
– Exame da próstata por toque retal e dosagem do PSA, para excluir a hiperplasia prostática benigna ou câncer prostático subclínico.
– Avaliação do hematócrito e hemoglobina, para excluir policitemia.
Condições que requerem supervisão:
realização de avaliação clínica criteriosa e cautela em indivíduos com fatores de risco, tais como adiposidade ou doenças pulmonares crônicas.
Em crianças pré-púberes, o aumento de estatura e desenvolvimento sexual devem ser monitorados, uma vez que os androgênios em geral e o DURATESTON® em doses elevadas podem acelerar o fechamento epifisário e a maturação sexual.
Se ocorrerem reações adversas associadas ao androgênio, o tratamento com DURATESTON® deve ser interrompido e, após o desaparecimento dos sintomas, retomado em uma dosagem menor.
Há experiências limitadas na segurança e eficácia do uso de DURATESTON® em pacientes acima de 65 anos de idade. Atualmente, não há consenso sobre valores de referência de testosterona específicos à idade. Porém, deve ser considerados que os níveis séricos fisiológicos de testosterona diminuem com o aumento da idade.
DURATESTON® contém óleo de amendoim e não deve ser administrado a pacientes alérgicos ao amendoim. Devido a uma possível relação entre a alergia ao amendoim e à soja, deve-se evitar a administração de DURATESTON® em pacientes alérgicos à soja (veja o item „4. CONTRAINDICAÇÕES“).
DURATESTON® contém 100 mg de álcool benzílico por mL de solução e não deve ser administrado a bebês prematuros ou neonatos. O álcool benzílico pode ser tóxico e causar reações anafiláticas em bebês e crianças abaixo de 3 anos de idade.
DURATESTON® não influencia na habilidade de dirigir e operar máquinas.
Os pacientes que participam de competições regidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA) devem consultar o código WADA antes de usar este produto, uma vez que DURATESTON® pode interferir com os testes antidoping. O uso indevido de androgênios para melhorar a capacidade nos esportes traz sérios riscos à saúde e deve ser desencorajado.
Testosterona tem sido objeto de abuso, tipicamente em doses superiores à recomendada para a(s) indicação(ões) aprovada(s) e em combinação com outros esteroides androgênicos anabólicos. O abuso de testosterona e outros esteroides androgênicos anabólicos pode levar a reações adversas graves incluindo: eventos cardiovasculares (com desfecho fatal em alguns casos), hepáticos e/ou psiquiátricos. O abuso de testosterona pode resultar em sintomas de dependência e abstinência após redução significativa da dose ou interrupção abrupta do uso. O abuso de testosterona e outros esteroides androgênicos anabólicos acarretam sérios riscos à saúde e deve ser desencorajado (veja o item “9. REAÇÕES ADVERSAS”).
6. interações medicamentosas
6. interações medicamentosasOs agentes indutores de enzimas podem reduzir os níveis de testosterona e as drogas inibidoras enzimáticas podem aumentar os níveis de testosterona. Portanto, pode ser necessário ajuste da dose de DURATESTON®.
Em pacientes diabéticos, os androgênios podem melhorar a tolerância à glicose e reduzir a necessidade de insulina ou outros antidiabéticos (veja o item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”). Pacientes com diabetes mellitus devem, portanto, ser monitorados especialmente no início ou final do tratamento e em intervalos regulares durante o tratamento com DURATESTON®.
Doses elevadas de androgênios podem aumentar a ação dos anticoagulantes cumarínicos (veja o item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”). Assim, é necessário monitoramento do tempo de protrombina e se necessário, redução da dose de anticoagulantes.
A administração concomitante de testosterona e ACTH ou corticosteroides pode aumentar a formação de edema. Portanto, essas substâncias ativas devem ser administradas com cautela, particularmente em pacientes com doença cardíaca ou hepática ou em pacientes predisponíveis à formação de edema.
Androgênios podem aumentar os níveis de globulina ligante à tiroxina resultando em diminuição dos níveis séricos de T4 e aumento da recaptação de resina de T3 e T4. Níveis de hormônios da tireoide livre continuam inalterados, e não há evidências clínicas que sugerem disfunção da tireoide.
7. cuidados de armazenamento do medicamento
7. cuidados de armazenamento do medicamentoConservar em sua embalagem original, em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz.
O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Todo material não utilizado ou resíduos devem ser descartados de acordo com regulamentos locais.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
DURATESTON® é uma solução oleosa, amarela e clara.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
8. posologia e modo de usar
A administração de DURATESTON® deve ser feita imediatamente após a abertura da ampola para que seja mantida a garantia de esterilidade da solução.
Todo produto não utilizado e o material usado na administração devem ser descartados conforme rotina de descarte de material médico-hospitalar.
DURATESTON® deverá ser administrado por injeção intramuscular profunda.
Em geral, a dosagem deve ser ajustada de acordo com a resposta individual do paciente.
Normalmente, uma injeção de 1 mL a cada 3 semanas é adequada.
Em caso de esquecimento, a injeção deve ser aplicada assim que o paciente lembrar e a injeção subsequente deverá respeitar o intervalo de 3 semanas previsto inicialmente ou outro intervalo determinado pelo médico.
A segurança e eficácia não foram adequadamente determinadas em crianças e adolescentes. Deve-se ter cautela no tratamento de crianças pré-púberes em tratamento com DURATESTON®.
9. reações adversas
9. reações adversasDevido à natureza de DURATESTON®, as reações adversas não podem ser revertidas rapidamente com a descontinuação do tratamento. Medicamentos injetáveis, em geral, podem causar reação no local da injeção.
As seguintes reações adversas têm sido associadas com a terapêutica androgênica em geral:
Órgão/Sistema | Termo MedDRA |
Neoplasias benignas, malignas e não especificadas (inclusive cistos e pólipos) | Câncer prostático1 |
Distúrbios do sistema hematológico e linfático | Policitemia |
Distúrbios do metabolismo e nutrição | Retenção de líquidos |
Distúrbios psiquiátricos | Depressão, nervosismo, transtornos do humor, aumento e/ou redução da libido |
Distúrbios vasculares | Hipertensão |
Distúrbios gastrintestinais | Náusea |
Distúrbios hepatobiliares | Função hepática anormal |
Distúrbios da pele e tecido subcutâneo | Prurido, acne |
Distúrbios musculo-esqueléticos e do tecido conjuntivo | Mialgia |
Distúrbios do sistema reprodutor e mamas | Ginecomastia, oligospermia, priapismo, hiperplasia prostática benigna2 |
Investigações | Níveis anormais de lipídeos3 , PSA aumentado Hematócrito aumentado Contagem de glóbulos vermelhos aumentado Hemoglobina aumentada |
1Progressão de câncer prostático subclínico
2Crescimento prostático (para estado eugonadal)
3Diminuição no colesterol LDL e HDL e triglicérides plasmáticos.
Os termos utilizados para descrever as reações adversas no quadro acima também consideram seus sinônimos e termos relacionados.
A testosterona, muitas vezes em combinação com outros esteroides androgênicos anabólicos (EAA), tem sido objeto de abuso em doses superiores à recomendada para a indicação aprovada (veja o item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”). As seguintes reações adversas adicionais foram notificadas no contexto de abuso de testosterona/ EAA:
Distúrbios endócrinos: hipogonadismo secundário1.
Distúrbios psiquiátricos: hostilidade, agressão1, transtorno psicótico1, mania, paranóia e alucinação.
Distúrbios cardiovasculares: infarto do miocárdio1, insuficiência cardíaca1, insuficiência cardíaca crônica1, 2, parada cardíaca, morte cardíaca súbita, hipertrofia cardíaca1,2, miocardiopatia1, arritmia ventricular, taquicardia ventricular1, trombose venosa/arterial e eventos embólicos (incluindo trombose venosa profunda1, embolia pulmonar1, trombose da artéria coronária, oclusão da artéria carótida1,2, trombose dos seios venosos cerebrais1,2), acidente vascular cerebral e acidente vascular cerebral isquêmico.
Distúrbios hepatobiliares: peliose hepática, colestase1, lesão hepática, icterícia1 e insuficiência hepática.
Distúrbios dos tecidos cutâneos e subcutâneos: alopecia1.
Distúrbios do sistema reprodutor e da mama: atrofia testicular, azoospermia, infertilidade (nos homens), clitóris hipertrofiado e atrofia mamária (em mulheres).
1 Foi relatado com DURATESTON®
2 Com desfechos fatais em alguns casos
As seguintes reações adversas foram reportadas em crianças pré-púberes em tratamento com androgênios: desenvolvimento sexual precoce, frequência aumentada de ereções, aumento fálico e fechamento das epífises prematuro.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da ANVISA.
10. SUPERDOSE
A toxicidade aguda da testosterona é baixa.
Se ocorrerem sintomas de superdose crônica (por exemplo, policitemia, priapismo) o tratamento deve ser descontinuado e após o desaparecimento dos sintomas, deve ser retomado em doses mais baixas.