Bula do profissional da saúde - BUONA EUROFARMA LABORATÓRIOS S.A.
Bula para Profissional de Saúde
Cápsula dura
150 mg
BuonaGlycine max (L.) Merr.
MEDICAMENTO FITOTERÁPICO
Nomenclatura botânica oficial : Glycine max (L.) Merr.
Nome popular: Soja.
Família: Fabaceae
Parte da planta utilizada: Sementes
USO ORAL
Cápsula Dura
USO ADULTO FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕESEmbalagens contendo 10 ou 30 cápsulas duras de 150 mg de Glycine max (L.) Merr.
Composição:Cada cápsula dura contém:
Extrato seco de Glycine max (L.) Merr............................................................................................................150 mg
(padronizado em 60 mg/cápsula de isoflavonas totais)
Excipientes: dióxido de silício, estearato de magnésio, celulose microcristalina.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1. INDICAÇÕES
Este medicamento é indicado como coadjuvante no alívio dos sintomas do climatério: sintomas vasomotores, tais como ondas de calor e sudorese. São considerados moduladores seletivos dos receptores de estrógenos, apresentando ações estrogênicas nos vasos sanguíneos.
2. resultados de eficácia
Um estudo multicêntrico, randomizado, duplo cego, avaliou 177 mulheres em fase de pós-menopausa, recebendo uma dose diária de extrato de G. max padronizado em 50 mg de isoflavonas ou placebo. Os resultados demonstram uma redução estatisticamente significativa na severidade e frequência das ondas de calor, durante as 12 semanas, no grupo que recebeu extrato de soja, quando comparado ao grupo placebo. Não houve alteração significativa na espessura do endométrio, no pH e na mucosa vaginal, nos dois grupos de pacientes, quando comparados com o início do estudo (UPMALIS et al., 2000). Outro estudo randomizado, duplo cego, prospectivo, foi realizado com 79 pacientes na pós-menopausa para avaliar a melhora de fogachos característicos de menopausa com administração de extrato de soja contendo isoflavonas. As pacientes foram divididas, conforme programa de randomização, em dois grupos. O primeiro recebeu 150 mg de extrato de G. max contendo 60 mg de isoflavonas, por via oral a cada 12 horas, continuamente por 6 meses. O segundo grupo recebeu duas cápsulas, por via oral de 12 em 12 horas, continuamente, das quais uma continha 0,625 mg de estrogênios conjugados equinos e outra, era de placebo. A partir do estudo verificou-se que as isoflavonas, de maneira similar aos estrogênios, aliviaram os sintomas climatéricos após o segundo mês de tratamento. Os efeitos sobre os sintomas vasomotores foram semelhantes aos dos estrogênios durante os seis meses de tratamento, sem ocorrer alteração no pH e na mucosa vaginal e sem acarretar proliferação endometrial nas pacientes que receberam isoflavonas (KAARI, 2003; KAARI et al , 2006).
3. características farmacológicas
Isoflavonas pertencem à classe de fitoestrógenos presentes em distintas espécies de grãos utilizados na alimentação (soja e lentilha, entre outros). Soja é uma fonte rica de isoflavonas, incluindo a genisteína, daidzeína e gliciteína. Apresentam estrutura similar ao estrógeno fisiológico, 170-estradiol, com uma estrutura fenólica comum que parece ser o pré-requisito para a interação com receptores estrogênicos (KAARI et al , 2006). As moléculas de isoflavonas têm uma fraca atividade estrogênica, assim como algumas atividades antiestrogênica
(UPMALIS et al., 2000). São considerados moduladores seletivos dos receptores de estrógenos, apresentando ações estrogênicas nos vasos sanguíneos.
Esses fitoestrógenos têm uma maior afinidade pelo receptor estrogênico 0 que a, apresentando efeito tecidoseletivo, uma vez que a distribuição desses receptores é variável nos diferentes tecidos. Em consequência, esperam-se ações mais marcadas em tecidos onde predominam receptores 0, como nos vasos sanguíneos e ossos
(KUIPER et al., 1998; MOLL et al., 2000).
As isoflavonas podem ocorrer tanto como agliconas, bem como sob a forma de glicosídeos conjugados, que sofrem hidrólise quando submetidos à ação de enzimas elaboradas pela microbiota intestinal, aumentando significativamente a quantidade de isoflavonas livres. As isoflavonas são submetidas ao ciclo entero-hepático, de modo que após sua absorção pelo intestino, passam pelo fígado e são excretadas na bile na forma conjugada, o que favorece a manutenção de concentrações plasmáticas adequadas. A meia vida da genisteína é de 8,36 horas e da daidzeína, de 5,79 horas. Esse dado indica a conveniência de administrar duas doses diárias das formulações que contêm esses compostos. A excreção é predominantemente pela via urinária, sendo a excreção fecal bastante inferior (MOLL et al., 2000).
4. contraindicações
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
Pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes da fórmula não devem fazer uso deste medicamento.
5. advertências e precauções
Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico.
Pode ocorrer reação alérgica cruzada com o amendoim.
De acordo com a categoria de risco de fármacos destinados às mulheres grávidas, este medicamento apresenta categoria de risco C. Não há estudos disponíveis sobre a teratogenicidade de preparações com alta concentração de isoflavonas, bem como não há evidências científicas disponíveis sobre a segurança de seu uso durante a gestação e lactação, devendo seu emprego ser evitado nessas condições.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas e em amamentação sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
6. interações medicamentosas
Evitar a associação deste medicamento com contraceptivos e outros medicamentos de ação estrogênica (YIM et al., 2000).
A efetividade do tamoxifeno pode ser diminuída por medicamentos à base de soja (JU et al., 2002).
A proteína da soja pode reduzir a absorção de levotiroxina no trato digestivo, portanto não se deve tomar os dois medicamentos ao mesmo tempo. É necessário aguardar 2 horas entre uma e outra tomada (TSOURONIS, 2001). As isoflavonas genisteína e daidzeína podem bloquear a tireóide peroxidase e inibir a síntese de tiroxina. Pode ocorrer hipotireoidismo durante tratamentos prolongados (DIVI et al., 1997).
O uso de medicamentos que alteram a microbiota intestinal, como os antibióticos, pode interferir no metabolismo das isoflavonas. São enzimas produzidas pelos micro-organismos do trato intestinal que hidrolisam as isoflavonas conjugadas para a formação de isoflavonas agliconas ativas (TSOURONIS, 2001).
7. cuidados de armazenamento do medicamento
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da umidade.
O prazo de validade do medicamento é de 24 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.Características do produto: cápsula gelatinosa dura, sem gravação, cor rosa opaca, contendo granulado bege a marrom.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
8. posologia e modo de usar
Ingerir 1 cápsula de 12 em 12 horas (60 mg de isoflavonas), ou a critério médico.
Cada cápsula de Buona contém 150 mg de Glycine max (L.) Merr. equivalente a 60 mg de isoflavonas totais.
Utilizar apenas a via oral. O uso deste medicamento por outra via, que não a oral, pode causar a perda do efeito esperado ou mesmo promover danos ao seu usuário.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
9. reações adversas
O uso deste medicamento pode provocar distúrbios gastrointestinais leves como constipação, flatulência e náusea (TSOURONIS, 2001).
Não foram relatadas reações adversas graves para este medicamento nas doses diárias recomendadas (MOLL et al., 2000; BLOEDON et al., 2002)
Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
10. superdose
Não há relatos de intoxicações por superdosagem na literatura.
Suspender a medicação e procurar orientação médica de imediato. Recomenda-se tratamento de suporte sintomático pelas medidas habituais de apoio e controle das funções vitais.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAISM.S.: 1.0043.1388
Farm. Resp. subst.: Dra. Ivanete A. Dias Assi CRF-SP 41.116
Fabricado e Registrado por:
EUROFARMA LABORATÓRIOS S.A.Rod. Pres. Castello Branco, 3.565
Itapevi – SP
CNPJ: 61.190.096/0001–92
Indústria Brasileira
Central de Relacionamento
0800–703–1550
–
Esta bula foi aprovada pela ANVISA em 29/11/2021.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. KAARI, C. Efeitos da isoflavona nos sintomas climatéricos, na qualidade de vida, no trato genital e na mama de mulheres pós-menopausicas. São Paulo: Unifesp, 2003. 96 p. (Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de doutor em medicina).
2. KAARI, C. et al. Randomized clinical trial comparing conjugated equine estrogens and isoflavones in postmenopausal women: a pilot study. Maturitas, 53: 49–58, 2006.
3. KUIPER, G. et al. Interaction of estrogenic chemicals and phytoestrogens with estrogen receptor beta. Endocrinology 139: 4252–63, 1998.
4. UPMALIS D. et al. Vasomotor symptom relief by soy isoflavone extract tablets in postmenopausal women: a multicenter, double-blind, randomized, placebo-controlled study. Menopause. 7 (4) 2000.
5. MOLL, M. et al. Fitoestrógenos: posibilidades terapêuticas. Revista de Fitoterapia,1 (3): 165– 180, 2000.
6. TSOURONIS C. Clinical effects of phytoestrogens. Clin. Obstet Gynecol 2001; 44: 836–42.
7. NAHAS E. A. P., Nahas-Neto J. The effect of soy isoflavones in Postmenopausal women: Clinical review. Bentham Science Publishers Ltd., 2006.
aur
8. DIVI RL, Chang HC Doerge DR. Anti-thiroid isoflavones from soy bean. Isolation, characterization and mechanisms of action. Biochem Pharmacol 1997; 54: 1087–96.
9. YIM, D. et al. Efeito da isoflavona na síndrome do climatério. São Paulo: UNIFESP/EPM. 2000.
10. BLOEDON, LA. et al. Safety and pharmacokinetics of purified soy isoflavones: single-dose administration to postmenopausal women. Am J Clin Nutr. 76: 1126–37, 2002.
11. SCAMBIA, G. et al. Clinical effects of a standardizes soy extract in postmenopausal women: a pilot study. Menopause. 7 (2) 2000.
12. t al. Dietary genistein negates the inhibitory effect of tamoxifen on growth of estrogen-dependent human breast cancer (MCF-7) cells implanted in athymic mice. Cancer Res. 62(9):2474–7, 2002.