Os agentes quelantes do ferro são medicamentos utilizados para tratar a sobrecarga de ferro no organismo. Eles se ligam ao ferro presente no sangue e o eliminam através da urina ou das fezes.
No Brasil, a sobrecarga de ferro é um problema comum em pacientes com anemia falciforme, talassemia e outras doenças que exigem transfusões regulares de sangue. Estima-se que cerca de 5% da população brasileira seja portadora do gene da hemocromatose, uma doença genética que causa acúmulo excessivo de ferro no organismo.
Os agentes quelantes do ferro mais utilizados no Brasil são o deferasirox e o deferiprona. O deferasirox é administrado por via oral, enquanto o deferiprona pode ser administrado por via oral ou intravenosa.
O deferasirox foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2007 e desde então tem sido amplamente utilizado no país. Um estudo realizado em 2018 mostrou que o deferasirox é eficaz na redução dos níveis de ferritina sérica em pacientes com anemia falciforme.
Já a deferiprona foi aprovada pela ANVISA em 1999 e também tem sido amplamente utilizada no país. Um estudo realizado em 2016 mostrou que a deferiprona é eficaz na redução dos níveis de ferritina sérica em pacientes com talassemia.
É importante ressaltar que os agentes quelantes do ferro podem causar alguns efeitos colaterais, como dor abdominal, diarreia, náusea e vômito. Por isso, é importante que o paciente seja acompanhado por um médico durante o tratamento.
Além disso, os agentes quelantes do ferro podem interagir com outros medicamentos. Por exemplo, o deferasirox pode aumentar os níveis de creatinina sérica em pacientes que também estão tomando inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs) ou bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA).
Em resumo, os agentes quelantes do ferro são medicamentos importantes no tratamento da sobrecarga de ferro no organismo. No Brasil, o deferasirox e a deferiprona são os mais utilizados e têm se mostrado eficazes na redução dos níveis de ferritina sérica em pacientes com anemia falciforme, talassemia e outras doenças que exigem transfusões regulares de sangue. No entanto, é importante que o paciente seja acompanhado por um médico durante o tratamento para evitar possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas.