O grupo ATC L03AB é composto pelos interferões, que são proteínas produzidas naturalmente pelo organismo em resposta a infecções virais e outras doenças. Essas proteínas têm a capacidade de modular o sistema imunológico, ajudando a combater as infecções e prevenir o desenvolvimento de células cancerígenas.
No Brasil, os interferões são utilizados principalmente no tratamento da hepatite C crônica e do câncer de pele melanoma. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2019 foram registrados 28.629 casos novos de hepatite C no país, sendo que cerca de 70% dos pacientes não apresentam sintomas da doença. O tratamento com interferão pode ajudar a reduzir a carga viral e prevenir complicações como cirrose hepática e câncer de fígado.
Já o melanoma é um tipo agressivo de câncer de pele que pode se espalhar rapidamente para outros órgãos do corpo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020 foram estimados mais de 8 mil novos casos da doença no Brasil. O tratamento com interferão pode ajudar a reduzir o risco de recorrência após a cirurgia para remoção do tumor.
Os interferões podem ser administrados por via intravenosa ou subcutânea, dependendo da indicação terapêutica. Os principais efeitos colaterais incluem febre, fadiga, dor muscular e articular, além de alterações na contagem sanguínea e função hepática.
Além das indicações já mencionadas, os interferões também têm sido estudados para o tratamento de outras doenças, como esclerose múltipla, câncer de mama e leucemia. No entanto, ainda são necessários mais estudos para avaliar a eficácia e segurança dessas aplicações.
Em resumo, os interferões são proteínas com propriedades imunomoduladoras que têm sido utilizadas no tratamento de diversas doenças, incluindo hepatite C crônica e melanoma. Embora apresentem alguns efeitos colaterais, seu uso pode ajudar a prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.