Os antagonistas da angiotensina II são medicamentos que agem bloqueando a ação da angiotensina II, uma substância produzida pelo organismo que causa vasoconstrição e aumento da pressão arterial. Esses medicamentos são indicados para o tratamento de hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e prevenção de eventos cardiovasculares em pacientes com alto risco.
No Brasil, os antagonistas da angiotensina II isolados são bastante utilizados no tratamento da hipertensão arterial. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2019 foram dispensadas mais de 18 milhões de unidades desses medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso representa um aumento de cerca de 5% em relação ao ano anterior.
Os principais medicamentos pertencentes ao grupo ATC C09CA são o losartan, valsartan e candesartan. Esses medicamentos apresentam eficácia semelhante no controle da pressão arterial e na prevenção de eventos cardiovasculares. No entanto, podem apresentar diferenças na tolerabilidade e nos efeitos colaterais.
Os antagonistas da angiotensina II isolados têm como principal vantagem em relação aos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) a menor incidência de tosse seca como efeito colateral. Além disso, esses medicamentos podem ser utilizados em pacientes com intolerância aos IECA ou com doença renal crônica.
No entanto, os antagonistas da angiotensina II isolados também apresentam alguns riscos. Em pacientes idosos ou com insuficiência renal avançada, esses medicamentos podem causar hipercalemia (aumento do potássio no sangue) e piora da função renal. Por isso, é importante avaliar cuidadosamente a indicação e monitorar os pacientes em uso desses medicamentos.
Outro ponto importante é a interação medicamentosa. Os antagonistas da angiotensina II isolados podem potencializar o efeito de outros medicamentos que causam hipotensão, como diuréticos e nitratos. Por isso, é necessário ajustar as doses e monitorar a pressão arterial dos pacientes em uso desses medicamentos.
Em resumo, os antagonistas da angiotensina II isolados são uma opção eficaz no tratamento da hipertensão arterial e prevenção de eventos cardiovasculares em pacientes com alto risco. No entanto, é necessário avaliar cuidadosamente a indicação, monitorar os pacientes quanto aos possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas, especialmente em idosos ou com insuficiência renal avançada.